Votação das Organizações Sociais na Alerj evidencia racha do PT fluminense
PT do Rio de Janeiro não sabe para onde atira. Enquanto a maior parte do seu eleitorado e sindicatos eram terminantemente contra a aprovação da entrada das Organizações Sociais na gestão das unidades de saúde do estado, o partido mudou sua posição poucos dias antes da votação na Alerj. A orientação do diretório regional petista para que seus deputados votassem a favor daquilo que muitos funcionários públicos consideram a "privatização da saúde". Na hora, não foi bem assim.
Na Alerj, dos seis deputados petistas, dois votaram contra as Organizações Sociais. Foram eles Inês Pandeló e Gilberto Palmares. Os outros quatro (André Ceciliano, Nilton Salomão, Robson Leite e Zaqueu Teixeira) seguiram a orientação do partido, que foi pressionado pelo governado Sérgio Cabral. Para os membros mais conservadores do partido, a votação mostrou que o PT fluminense descarrilhou de suas próprias convicções. Pelo Twitter, o deputado Marcelo Freixo (ex-PT e hoje no PSOL) classificou o quarteto como "tucanos de bico vermelho".
No poder, é diferente
Para Inês Pandeló, pesou o fato de o PT estar no poder ao lado de Cabral. "É diferente quando o partido está no poder. Não votei no projeto porque vai contra minhas convicções pessoais. Acho que cultura, educação e saúde devem ficar nas mãos do Estado, e não da iniciativa privada. A falta de transparência no modelo também pesou".
Votação apertada
As Organizações Sociais foram aprovadas com ampla vantagem na Alerj, mas o diretório do PT no Rio de Janeiro pegou fogo na hora de decidir se apoiaria a mudança ou não. Apesar dos fortes protestos de militantes, o diretório deu parecer favorável à lei por 34 a 20.
Em tempo
A título de curiosidade, os únicos deputados da Alerj que votaram contra a media foram Marcelo Freixo, Janira Rocha e Luiz Paulo (PSOL); Inês Pandeló e Gilberto Palmares (PT); Clarissa Garotinho e Miguel Jeovani (PR); Paulo Ramos e Wagner Montes (PDT); Lucinha (PSDB); Enfermeira Rejane (PCdoB); e Flávio Bolsonaro (PP).
Jornal do BrasilJorge Lourenço
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