Royalties: Garotinho se rebela contra tática de Cabral

Incrível como neste momento, em que estamos as portas de afundar o Estado do Rio, apenas 16 dos 46 deputados do Rio se importaram em se reunir para tentar salvar nosso Estado!
Sérgio Cabral quer fazer manifestação após a votação, e não antes! Dá pra entender?

O movimento suprapartidário dos políticos do Rio de Janeiro em defesa dos royalties petrolíferos destinados ao Estado sofreu um racha.
O deputado Anthony Garotinho (PR) e o grupo dele rebelaram-se contra a estratégiaesboçada pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) e sua tropa.
A trinca foi exposta em reunião realizada na noite desta segunda (10), em Brasília. Participaram deputados que integram a bancada federal do Rio.
Discutiu-se a organização de uma manifestação pública em defesa dos interesses do Estado. Coisa a ser realizada na Cinelândia, no centro do Rio.
Inicialmente, pretendia-se agendar o ato para a próxima segunda (17), antevéspera da votação, no Senado, do projeto que redivide os dividendos do petróleo.
Em telefonema ao senador Lindbergh Farias (PT-RJ), Cabral defendeu o adiamento. A manifestação passaria para o dia 24, a segunda-feira seguinte.
Por quê? Cabral receia que o ato irrite Dilma Rousseff e prejudique as negociações para tornar o projeto do Senado menos danoso para o Rio.
O governador ainda trabalha com a perspectiva de que Dilma, de volta da viagem à Europa, assuma a linha de frente dos entendimentos, moderando-os.
Ele expôs as ponderações do governador, repisou sua posição favorável à manifestação e defendeu que, em nome da “unidade”, o ato deveria ser adiado.
Após a conversa telefonica com Cabral, o senador Lindbergh foi ao encontro dos deputados, que já estavam reunidos.
Garotinho saltou da cadeira. Pareceu enxergar no recuo tático de Cabral uma oportunidade para assumir a liderança do movimento.
Insinuou que fará a manifestação na próxima segunda, com ou sem a ajuda do governador. Realçou que os prefeitos fluminenses já estão mobilizados.
Lero vai, lero vem dediciu-se dirimir a divergência no voto. Deu chabu. Dos 46 deputados que compõem a bancada do Rio, apenas 16 estavam presentes.
Apurados os votos, deu empate: oito a favor da posição de Garotinho, oito fechados com Cabral.
Coordenador da bancada, o deputado Hugo Leal (PSC-RJ) viu-se compelido a marcar nova reunião. Ocorrerá nesta terça (11).
Pelo telefone, os deputados ausentes foram chamados a comparecer. Haverá nova votação. Se perder, Garotinho ameaça dar de ombros.
Ex-governador do Estado, Garotinho imagina-se forte o bastante para promover uma manifestação sem a ajuda do atual governador.
Esta será o segundo ato do gênero. O primeiro, realizado em março de 2010, levou à Candelária uma platéia estimada em 80 mil pessoas.
Cabral e seu grupo receiam que, assumindo as feições de Garotinho, o movimento perca legitimidade nos gabinetes de Brasília e se esvazie no meio-fio do Rio.

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