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Três BRAUNs é demais.

Ontem a noite, eu encontrei com dois tios meus, Frank e Edson Braun. São na verdade primos de 2º e 3º grau respectivamente, sendo o primeiro escritor, e jornalista de vários jornais americanos, dentre eles a UPI e o segundo um engenheiro da Petrobrás.

Mas por que eu estou dizendo isso? É porque os dois são, como de costume da família, muito interessados em política.

E especialmente Frank, que este ano foi um “entusiasta” da candidatura Obama, tendo trabalhado inclusive na mesma, apesar de ele não gostar que o chamem de entusiasta de Obama, mas, para mim, ele o é.

Já das vezes anteriores que encontrei com ele, e que transitamos pelo Rio, foi algo muito curioso para mim. Ele, como bom jornalista, não para de fazer perguntas, e como esteve muitos anos fora do Brasil, une a curiosidade jornalística com uma, digamos, “inocência” de quem não compreende bem o dia-a-dia brasileiro.

Mas para mim, isto é uma oportunidade excelente de exercitar conhecimentos de antropologia e sociologia, fora a política que é sempre nosso tema central. Suas perguntas, que para um carioca pareceriam obviedades, me levam a pensar criticamente coisas que são realmente absurdas, mas que por estar acostumado a ver isto desde sempre, não percebia como são gritantes.

Nossas viagens pela Avenida Brasil então são o ponto alto, onde conversamos sobre investimentos públicos, favelas, desigualdade social, abandono do poder público, tráfico, violência, enfim, o cenário vai ditando a conversa.

É interessante ver que cidades bem administradas conseguem resolver seus problemas, porque dinheiro tem, sempre tem. O Rio além de ter a arrecadação proporcional de seus habitantes, ainda recebe bilhões de investimentos federais, de grandes empresas, de turismo, de eventos, enfim... e mesmo assim, nem o mínimo é feito.

A pergunta de meu tio foi para pensar: Não se gastou quase R$ 5.000.000.000,00 no Pan Americano? Se um conjunto de casas populares sai, em média, cada casa por 12 – 15 mil reais, daria para construir cerca de 400.000 casas com este dinheiro e ainda sobrava cerca meio bilhão, ou seja, 500 milhões para construir nestes conjuntos escolas e postos de saúde, seguindo o projeto de mais de 40 anos de Lúcio Costa (urbanista).

Um projeto desses não só devolveria o que é direito de todo cidadão, a moradia, como resolveria os problemas de saúde, educação, assistência sanitária e principalmente, segurança. Seria cerca de 1 milhão de cariocas que receberiam de volta a cidadania, o prazer de viver e a perspectiva de um futuro de menos violência e mais prosperidade.

Mas, os governos preferem investir em projetos monstruosos, demagógicos, faraônicos e inúteis. E depois de prontos, dizem que não tem o que fazer com os empreendimentos, e praticamente ‘doam’ para clubes, ou abandonam à ação do tempo.

Esta CPI do Pan, que procurarei saber como está é importante, apesar de ser uma tranca depois que o ladrão assaltou, pode alertar o povo a cobrar no ato, e não apenas nas eleições. Espero que os responsáveis paguem, pelo menos, com alguns anos de prisão.

Coitado de mim, sou um sonhador.

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