Ponderações sobre o momento da UERJ:

Aquela assembléia da quarta passada, aquela piada trotskista, legitimada pela imoralidade da maioria fictícia e manipulável, teve um grande vitória. Digo, DUAS.
A primeira grande vitória dos mais de 500 alunos que estiveram na noite da quarta, se apinharam, tentaram falar (apesar de barrados, como eu), tiveram que exercitar a paciência, tudo isto para cumprir com o cronograma lamentável de falsa-democracia, utilizado apenas para dar uma questionável legitimidade para a greve docente, greve esta egoísta, excludente, desarticulada, enfim, preocupantemente frágil e indesejável; A primeira grande vitória, foi a decisão por algo concreto: a ocupação.
Sim, porque este foi um clamor por seriedade que o corpo estudantil deu. “Chega de palhaçada, chega de babar ovo de greve dos outros”- foi mais ou menos isso, os estudantes chamando a atenção que uma assembléia daquele tamanho, não podia, como desejava a mesa (DCE) apenas debater a decisão autocrática de uma assembléia docente vazia, despolitizada e sem representatividade.
Foi dito, em alta e clara voz, que o estudante não era massa de ,manobra, e os gritos de AGORA, que eu ajudei a engrossar, foi uma chamada da consciência, de que chegava de postergar, de segurar assembléias para depois das dos docentes, enfim, de mobilizações de reboque.
A segunda grande vitória foi a votação em si. A votação e a vitória estrondosa do sim CONDICIONADO foi superior a qualquer outro resultado, fosse ele o sim ou o não. Porque ele pôs em teste tanto o DCE, quanto a Asduerj, e sua seriedade e seu tipo de relacionamento. Não foi apenas um sim ou um não, foi um encostão na parede.
Para a Asduerj, pq apesar do tapa na cara que levaram (os estudantes) dos docentes, com a exclusão dos debates, o cala-a-boca na assembléia, a vaia e os insultos, nós alunos nos mostramos dispostos a perdoar e a propor além. Se os nobres professores e sindicalistas só enxergam seus salários e seus bolsos, nós enxergamos os demais problemas tbm, e os convidamos a conosco lutar. O comprometimento de lá deve ser igual ao de cá. União sem lealdade e interesse comum, não vinga!
Pois bem, a Asduerj rejeitou. Outro tapa! Uma mão estendida pra eles, e outro tapa! E não foi com luvas de pelica. Sim, porque além de dizerem que não podiam se comprometer com estes pontos de pauta (os pontos cruciais da UERJ, caras pálidas!), ainda usaram de uma hipocrisia trágico-cômica contida nesta frase: “Mas as pautas de vocês são nossas, sempre foram, nós só não assinaremos isso”. Só faltou ela garantir ao final que eles não assinavam, mas garantiam não sair de greve antes do cumprimento da pauta. Só faltou dizer isso.
Mas, isso não terminou com a segunda grande vitória, pq a outra personagem, o DCE, também mostrou o seu verdadeiro posicionamento político e seu tipo de relacionamento com a asduerj. O relacionamento é de sujeição, de reboque, de subordinação, e não de independência. Mas isso é o de menos. O pior, é que a concordância sigilosa com isso, que significa a traição escondida da assembléia estudantil, veio somada de uma, digamos, altruísta tomada pra si do ônus deste segundo tapa: perder a pauta e a ata da assembléia.
E pior, tem galego do Diretório reclamando e repassando a culpa para os estudantes, que, ora bolas, são os obrigados a cobrar do dce que cumpra com o que já estava obrigado a cumprir. Sim, pq o que eu chamo de traição escondida, eles afirmam ser um ignorância e pouco caso dos estudantes, que deveriam cobrar do DCE se cumpriu.
Ué? Todos estavam acreditando na boa fé, e aliás, se foi decidido em assembléia, convinha ao DCE se posicionar na primeira assembléia após.
1 – a ocupação e a declaração de independências dos ESTUDANTES da UERJ.
2 – a demarcação clara das posições políticas e institucionais do DCE e da Asduerj.
Ambas, espero, nos levarão á outras duas vitórias maiores:
1- A conquista da pauta- 6%, bandejão, creche, etc, etc.
2 – A construção de um ME e um DCE melhor, mais descente e representativo.
No mais, é isso, até terça na UERJ, espero poder retornar ao Rio e retomar a ocupação. Abraços!
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