Os descaminhos da política do Rio e a honrosa luta do deputado Paulo Ramos.
Há anos venho pautando meus posts neste blog pela crítica à naturalização dos desvios éticos e de princípios da política. O Brasil é um celeiro farto deste tipo de política, onde o que prevalece é o interesse privado e não o público, onde a palavra empenhada não vale nada e nem é cobrada, e onde as ideologias e partidos são acessórios e apenas lembradas para poetizar uma candidatura.No Rio de Janeiro esta realidade é ainda mais assutadora, onde o governo estadual é hipócrita é midiático, e com uma blindagem que oa ssemelha à ditadura, vai soterrando todos os direitos constitucionais e os princípios d probidade incólume , sem qualquer nota da imprensa, toda ela comprada a alto preço, e nem das instituições que deveriam investigar as contas e os atos do Estado. A prefeitura da cidade também anda no mesmo sentido, e os partidos então, são um caso à parte.
As grandes siglas históricas, e que em âmbito nacional ainda preservam um mínimo de sua ideologia, aqui simplesmente não existem de fato. Nos fazem acreditar que são apenas cartórios governamentais onde os parlamentares das mais diferentes tendências podem se registrar no "bolsa-governo", onde suas pretensões políticas são subsidiadas em contrapartida ao silêncio e conivência com os desvios da máquina pública PMDBista.
Assim estão PT, PSB, PCdoB e muitos outros gigantes históricos: apequenados, esmolando migalhas da máquina ao PMDB, não porque isso influa decisivamente numa aliança nacional, mas porque seus quadros regionais realmente são pífios, não honram suas tradições e porque querem mais é ganhar às custas das secretarias e indicações políticas.
Para tanto, tiveram que subverter a ordem interna dos partidos. Os partidos democráticos, agora são de vanguarda e de petit comitê, tudo decidido em um churrasco das lideranças em alguma mansão de mangaratiba. As bases? Que bases? Só servem pra fazer campanha, e mesmo assim não precisam ser muitos, pois é melhor contratar "peões" e cabos eleitorais a alguns trocados por dia, do que manter uns indesejáveis ideológicos dentro do partido. Daí, alianças já não passam mais por discussão no partido, a democracia interna é viciada, permitida apenas aos delegados, estes, escolhidos pelas lideranças já estabelecidas. O sistema se retroalimenta. Não foge do controle.
Mas alguns poucos, que ainda mantém a chama democrática e republicana dos tempos de luta contra a ditadura, conseguriam se manter vivos dentro destas estruturas viciadas e viciantes, e alguns dentre estes, ainda tem expressãoe força politica e eleitoral. Estes são os maiores problemas para estes partidos, na visão de suas lideranças. Eles tem força de mobilizar as bases contra os desatinos das direções. Isso ocorre no PT, em fato recentemente tratado aqui neste blog, e acontece agora no PDT.
Só que no PDT o fato é mais grave, pois as forças parasitas não se contentaram em esvaziar e inviabilizar politicamente estes políticos incômodos por serem honestos e coerentes, mas resolveram abrir ofensiva ostenciva para expulsar do partido. O PDT aliás é o exemplo máximo das escolhas desastrosas de uma direção descomprometida. O partido conseguiu eleger a maior bancada estadual graças à votação record de Wagner Montes, que através de suas críticas diárias no seu programa de TV, conquistou uma legião de eleitores que fizerem o PDT ter um resultado que jamais esperavam. Mas o que sua direção fez? Pegou estes cargos, eleitos sob uma base crítica ao governo, e os forçou a apoiar ridiculamente as ações palacianas, contrariando suas orientações democráticas e trabalhistas.
O resultado foi o que podia se esperar: Uma debandada em massa, inclusive da "galinha dos ovos de ouro" eleitoral, o deputado Wagner Montes. O governo não precisa mais do PDT, tem agora o PSD, coringa eleitoral ávido por cargos.
Mas a direção do PDT, envolta diretamente com os escândalos nacionais trazidos à tona pela imprensa em relação ao Lupi, preferiu recrudescer ainda mais sua postura, se apegando desesperadamente ao PMDB e impondo um silêncio moral e ético em suas fileiras. Cristóvam Buaraque é criticado por destoar da blindagem ao ex-ministro Lupi, deputados que há anos não sentava na mesa perto do LUpi agora são seus aliados de primeira hora e o deputado estadual que bota a boca no trombone para denunciar tudo isso é ameaçado de esxpulsão.
Este deputado é nada menos que Paulo Ramos, deputado federal constituinte, deputado feredral, várias vezes deputado estadual, de currículo público extenso e altamente respeitado por todas dentro e fora da política por sempre ter tido uma postura ética, transparente, militante e coerente. Pois bem, fiel à suas convicções e aos ideais de seu partido, Paulo Ramos denunciou e denuncia os desmandos e erros do PDT e dos governos do PMDB, sem segundas intenções, claro e franco. Entretanto, estas denúncias e suas posições firmes e não alinhadas com o esquemão do partido estão desagradando deus "colegas" de bancada e os interesses da direção partidária.
Por conta disto, o Partido DEMOCRÁTICO Trabalhista está abrindo comissão de ética com vistas à expulsão do deputado Paulo Ramos por, DEMOCRATICAMENTE, se posicionar contra os desvios do partido. Suas críticas, feitas em plenárias públicas da ALERJ, com amplo espaço para contraditório, jamais foram confrontadas, até porque não tem como serem desmentidas, por estes que agora o querem longe. Seus pares se sentem em perigo, tem muito a perder... precisam calar Paulo Ramos.
Por isso, a sociedade se mobiliza em sua defesa, as associações de classe estão manifestando apoio, os militantes históricos estão ao seu lado, e em um momento onde muitos se envergonham de por a face em público devido a péssima imagem que o PDT ostenta após o escãndalo Lupi, estes verdadeiros pedetistas, de filiação ou de simpatização, tem coragem de realizar manifestações públicas em sua defesa;
Sou mais um nesta luta. Não sou filiado ao PDT, mas por cerrar fileiras com seus ideais de origem, por acreditar no legado de personalidades como Brizola, Darcy Ribeiro, Jango e Vargas, me sinto na obrigação de defender e manifestar Total e Irrestrito apoio ao deputado Paulo Ramos.
Espero que o bem triunfe, e que este seja o inicio de uma transformação na política estadual, com a retomada das bases dos partidos democráticos, trabalhistas e de esquerda do Rio.
Paulo Ramos, força, fé, coragem e conte sempre com meu apoio.
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