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FELIZ NATAL!



Feliz Natal



É Natal, e no mundo inteiro as pessoas se abraçam, mandam presentes e desejam felicidades aos seus conhecidos, amigos e parentes. Muitos lembram da data como um período de festas, confraternização e aconchego. É a época de recordar os natais passados em família, e quem não se vê criança, enfeitando sua árvore, espreitando pelo tal velhinho de casaco vermelho que, mesmo em pleno verão e num país sem chaminés nas casas, nos parece muito real durante um bom tempo, ou então não tem recordações de acordar cedo no dia 25 pra correr até o pé da árvore pra ver se o brinquedo tão desejado está lá?
É um período muito gostoso e que todos estão dispostos a fazer concessões: abraçam quem sequer falariam bom dia, ligam pra pessoas que não falam desde... o último natal, gastam dinheiro com aquilo que chamam de inútil e supérfluo o ano inteiro. Todos querem ser agradáveis, positivos e fazer que, por 2 a 3 dias o mundo seja de união e fraternidade.

Eu sinceramente adoro passar tardes de férias vendo filmes natalinos, repletos de neve e fatos fantasiosos, histórias cheias de moral e finais felizes, além da enxurrada de desenhos e programas infantis. Não faço isso há três anos por conta do trabalho, mas ainda sinto um calor no peito só de lembrar.

Mas também devemos reconhecer que o Natal nos traz à reflexão, ao saudosismo. Nos fazendo lembrar dos natais passados, nos faz lembrar daqueles que estavam nas ceias e agora não estão mais entre nós. Eu pessoalmente me lembro de 3 pessoas muito importantes pra mim, e que juntas eram mais de 50% do meu mundo quando criança: Meu querido pai e avô Alberto, meu amado tio Marcos e minha carinhosa e meiga tia Rachel, que hoje estão juntos ao lado de Deus esperando o dia de nos revermos.

‘Papai’ Alberto, como o chamava e como o via, foi certamente a pessoa que definiu meu caráter e minha personalidade. Firme em seus princípios, tenaz na luta pelo que defendia, abnegado, amoroso, espiritual e extremamente carinhoso, ele me ensinou tudo o que importa nesta vida. Esteve ao meu lado nas noites de insônia, nos momentos de doença (quando quase fiquei cego, quando quebrei o braço...), nos momentos de perigo, nas horas de tristeza... Me guiou quando não sabia no que acreditar, me deu ânimo quando tinha as desesperanças típicas de uma criança, foi meu super-herói quando precisei, meu melhor amigo, a fortaleza da minha inocência. Foi também meu tutor intelectual, meu companheiro e guia de passeios e viagens, meu incentivador nos estudos... meu exemplo de vida, de ser humano. Errou, se equivocou e falhou por vezes como todo ser humano, mas nunca desistiu de acertar, de lutar e de fazer o bem. Sua voz, seu cheiro e a saudade do seu abraço e beijo ainda estão vivos em minha mente, e por vezes me pego pensando o que ele pensaria sobre esta ou aquela atitude que tomo.

Rachelzinha, Quequel ou simplesmente Rachel foi a que primeiro partiu, mas não sem deixar sua marca em minha vida. A moça bonita e alegre, jovial, pura e inocente, que queria descobrir o mundo e mostrar seu potencial, que amava música e me fez passar tardes ouvindo “Vencedores por Cristoi” no LP 3 em 1. Alternando momentos de solidão e recolhimento com outros de risadas largas e que enchiam o ambiente, Rachel me remonta a uma infância que parece tão longínqua e ao mesmo tempo tão palpável. Fiel companheira de mamãe (a mãe-avó) e sempre disposta a dar seus beijos amorosos e molhados(!), Rachelzinha faz muita falta.

E Marquinhos, Marcola-viola-sacola, a pessoa sem dúvida mais carinhosa, pura e despretensiosa do mundo. Ainda está pra nascer alguém que prefira agradar ao outro do que a si mesmo como ele. Quem não o conheceu não terá idéia do que estou falando e achará apenas uma bajulação, mas quem teve a oportunidade de conhecê-lo sabe o que digo. Alguém que exigia ficar em pé para você se sentar, que lhe trazia água sem você pedir, que lhe abraçava espontaneamente, mesmo que tivesse passado o dia todo ao seu lado , que orava por você quando te sentia triste. Este era o Marcos. Não via maldade em nada, não entendia uma afirmação de duplo sentido simplesmente porque não raciocinava com maldade, não entendia, sinceramente, piadas, filmes ou desenhos que contivessem agressões, xingamentos ou trapaças. Era uma pessoa meiga, calma, solidária, amiga, companheira e dependente. Quantas vezes não me levou á pracinha pra jogar bola, quando eu era apenas criança. E as vezes que brincou de cabra-cega, de policia e ladrão. “Pão não me nega” e “Alende a suz” eram frases comuns para ele falar “não me pega” e “ascende a luz”, além de sua inconfundível mania de ‘escrever’ em grego com o dedo na calça. Autodidata, aprendeu grego e latim por conta própria e não desgrudava da vulgata latina e do novo testamento em grego. Seus últimos dias foram difíceis e tive a honrosa missão de cuidar dele durante duas exaustivas e dignificantes semanas, lutando contra uma de suas crises, nas quais me liguei a ele tão profundamente a ponto de inverter a genealogia natural e me sentir como um irmão ou pai para ele.

Papai, Rachelzinha e Marquinhos fazem falta na família hoje, mas Deus me presenteou com uma nova família, que junto da minha avó-mãe Eunice, constituem o meu lar hoje.
Luana, minha amada esposa, amor da minha vida, pessoa que mais amo no mundo e que completa o meu ser, mais Helenice e Lidiana começam a construir uma nova tradição familiar de natais. Juntam-se ainda  Maninho, Nina, Marx, Chumbinho, Simba, Frajola e as duas gatinhas denominadas “gatinhas”, e até semana passada o Maquiavel, o qual ainda temos esperança que volte.
In memmoriam também Belinha, a primeira gatinha que tivemos e mãe dos atuais e Mingau, irmão do Maqui, que nos deixaram há um ano. Além destes, Pretinha, a cachorrinha da Helenice. Esta é nossa família hoje, composta por todos aqueles que amamos e cuidamos.

Por fim, devo lembrar que o Natal, além de ser uma data emotiva e tradicional, na qual nossos sentimentos se tornam mais puros e visíveis, é essencialmente uma data de celebração da vida. E não apenas da nossa vida, mas da vida daquele que nos garante a vida eterna. Se nesta data todos queremos aflorar o que há de melhor em nós, é porquê há mais de 2 mil anos atrás, nesta data \(ou ao menos foi atribuída a esta data) nascia Jesus, o filho de Deus, que viria para nos salvar e ensinar o caminho de volta para o bem, para a salvação.

Por isto, neste natal, lembre que toda a tradição ocidental de presentes, duendes, árvores enfeitadas, bons-velhinhos e renas voadoras são meros acessórios, se compararmos ao real motivo do início desta celebração. Que Deus toque em nossos corações e esteja presente em nossa ceia, e que acima de um reencontro com  nossos queridos, possamos ter um encontro com Deus e com Jesus, que deu sua vida, esta que celebramos o nascimento agora, por nós.
E que Ele abençoe e toque no coração de todos os nossos amigos, e daqueles que nos perseguem também. Peço a Ele que abençoe a vida do Paulo e de sua família e que lhes aponte a verdade.

Por fim, desejo a todos um sincero Feliz natal, e que possamos fazer, cada um de nós, esta reflexão. E que o Pai das Luzes, o Grande Arquiteto do Universo, o Deus que está acima de nós seja piedoso com nossas falhas, longânime com nossas imperfeições e atento a nossos pedidos, E que nós também saibamos estar atentos às suas vontades neste próximo ano.

FELIZ NATAL!

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