GOVERNO DO RJ ESTÁ PERIGOSAMENTE PERTO DE DESTRUIR O METRÔ DO RIO
Amigos, abaixo posto uma coletânea preciosa de textos a respeito do que tem sido feito e discutido a respeito do Metrô do Rio. A situação é caótica e o Governador Sérgio Cabral juntamente com o ainda (como pode???) secretário Júlio Lopes estão numa situação inédita em termos de transportes: Estão isolados, contra as associações de moradores, contra o CREA, contra o Clube de Engenheiros do Rio, contra o projeto original do Metrô e amparados num estudo sigiloso e misterioso que não revelam nem a mandado judicial.Um movimento popular foi criado para dar voz à este clamor e tentar impedir que estraguem nossos transportes de forma irreversível. Abaixo, alguns textos retirados de dois sites muito interessantes: http://www.caoscarioca.com.br/ e http://www.metroqueorioprecisa.com.br/
Reconstruir General Osório é necessário?
Todos que já utilizaram a estação de Metrô General Osório já devem ter notado o longo caminho que é preciso percorrer a pé ate chegar à plataforma de fato. Longos tuneis conectam a plataforma da estação com as entradas de superfície. Isso se dá pelo fato que a estação foi construída de baixo do Morro do Cantagalo, não por acaso, para facilitar a construção e economizar recursos. Construir uma estação debaixo de prédios e ruas seria muito mais caro e complicado.
Mas olhando os planos de expansão da Linha 1 em direção ao Leblon chama atenção o fato que o Governo Estadual pretende fechar a estação em questão por 6 meses ou mais. A justificativa oficial do Governo, aquela que vai ser publicada nos grandes jornais, é que o fechamento é necessário para que seja montado dentro do túnel entre a Estação do Corte Cantagalo e General Osório o equipamento apelidado de “Tatuzão”. Esse equipamento é na verdade um TBM (Tunnel Boring Machine), chamado também de SHIELD. Basicamente pode ser imaginado como uma enorme maquina de furar, que alem de ‘furar’ o solo já constrói a estrutura do túnel por onde passa.
Muito bem. percebemos ai a primeira lambança. Ter que fechar uma estação operacional por um longo período de tempo porque quando a mesma foi construída não se escavou um trecho adicional depois da estação, como é comum fazer. Mas essa é provavelmente a lambança menor. O Governo anunciou que a General Osório ganharam uma nova plataforma, paralela à atual. E o motivo para isso é uma coisa que o Governo Estadual vai negar durante muito tempo.
O trajeto do Metrô Rio Original segue depois da estação General Osório pela Rua Visconde de Pirajá. Já nos planos apresentados pelo Governo o trajeto seria feiro pela Barrão da Torre ate a Praça Nossa Senhora da Paz. (Clique na foto ao lado para ampliar) Porque a mudança de trajeto?
Para seguir o trajeto original é preciso escavar um túnel por debaixo de prédios do quarteirão que fica ao lado da Praça General Osório. E para fazer esse processo com segurança é necessário desocupar os prédios que ficam no trajeto. Apos a construção, se não houver danos e riscos estruturais os mesmos poderiam voltar a ser habitados. Caso contrario teriam que ser demolidos. É estimado que 2900 moradores sejam afetados. A outra opção é construir uma estação COMPLETAMENTE NOVA a fim de permitir que o metrô passe pela Barrão da Torre, é isso que o Governo quer fazer. Não é possível fazer esse trajeto com a estação atual uma vez que o Metrô tem um raio de curva de 200 metros.
E ai entra o capricho do Governador. Apesar do BRT desalojar pessoas na Zona Oeste, inclusive um condomínio de classe média alta, Sérgio Cabral não quer correr o risco da impopularidade que mexer com moradores da área mais rica da cidade pode trazer. Cada apartamento a ser desocupado certamente vale centenas de milhares de reais. Mas o que vai sair mais caro? Reconstruir uma estação inteira debaixo da rocha, ou fazer as desocupações de segurança que podem acabar sendo temporárias? Essa resposta não temos, e o Governo fara de tudo para não responder.
O que ouvimos ate agora são apenas mais mentiras. Por exemplo o fato que o Secretário Júlio Lopes afirmou em audiência publica que a estação teria sido construída como estação final, e que não imaginavam que haveria o prolongamento do Metrô a partir daquele ponto. O que convenhamos é uma desculpa muito mal dada uma vez que a a estação foi construída de acordo com o projeto original do Metrô, que previa a extensão ate o Leblon.
A construção de uma nova estação certamente custará uma centena de milhões de reais. Pagos com dinheiro publico. E não informar isso a população que esta custeando essa obra através de pesados impostos é uma tremenda falta de respeito. As opções deveriam ser comparadas antes de decidir qual rumo tomar. O Senhor Sérgio Cabral e o Senhor Júlio Lopes não estão a frente de uma empresa privada, estão a frente da gestão publica, e não podem se furtar a prestar esclarecimentos detalhados e transparentes ao povo do estado sobre as decisões que tomam.
PS: Você quer lutar por um metro melhor? Acesse www.metroqueorioprecisa.com.br e participe do movimento por um metrô melhor para o Rio de Janeiro
NOTA:Segunda feira passada, dia 08.08.2011 foi realizado um debate promovido pelo DCE da PUC Rio sobre a construção do Metrô Linha 4 do Rio de Janeiro.
Participaram da mesa de debate o Geógrafo Ricardo Lafayette, o Engenheiro e Ex-Diretor do Metrô Rio Fernando MacDowell, o Professor de Engenharia de Transportes José Eugênio Leal, a Vereadora Andrea Gouvêa Vieira e o Deputado Federal Alessandro Molon.
Transcrição do site www.caoscarioca.com.br
Debate no Clube de Engenharia: Metrô Linha 4
Ontem estive presente ao debate realizado no Clube de Engenharia sobre a questão do Metrô Linha 4. Durante o debate postei alguns comentários no twitter do CaosCarioca para quem não pode estar presente (www.twitter.com/caoscarioca), pretendo fazer o mesmo na reunião hoje em relação ao Legado da Copa e Olimpíadas. Basicamente tivemos a explanação do que os moradores querem feita por Ricardo Lafayette, apesar de uma linha Gávea-Centro não ser uma unanimidade. Uma abordagem histórica da falta de transporte metroferroviário no Brasil por parte de Miguel Bahury, conselheiro do Clube de Engenharia. Pelo lado do Governo e Metro tivemos Bento Lima novamente mostrando o traçado a ser seguido, sem a estação Gávea que não poderia estar no trajeto devido ao terreno instável entre Leblon e Gávea e portanto sera construída em uma ligação em Y que já abordei em outro post. Esclareceu também que muito provavelmente não ficará pronta essa ligação ate 2016. E por fim tivemos Júlio Lopes, que chegou 15 minutos atrasado, falando as coisas de sempre e embarcando no final em discursos políticos.
O que ficou claro para mim. O Governo não esta disposto a discutir coisa alguma. Os dados dos estudos continuam restritos e o planejamento é feito de maneira unilateral e arbitraria sem que haja uma discussão de fato com a população. A possibilidade de construir a estação à Alvorada, a estação Gávea e uma possivel expansão para São João ou Centro é coisa de sonho distante. Digo isso por alguns motivos. O BRT na Av. das Américas vai contar com dois mergulhões e vai acabar no Downtown, 500 metros distante da estação de Metrô. Para a construção do Metrô esses mergulhões certamente seriam um problema e uma obra que teria que ser revertida. Qual Governador vai se dar o trabalho de substituir o BRT por um Metrô em uma obra que vai interromper o BRT e vai levar certamente mais 2 anos de obras? Quanto a Gávea-Centro (ou São João). Bento Lima afirmou que São João nunca será uma estação de dois níveis. E Júlio Lopes que a Ligação Gávea-Humaitá-Centro teria poucas estações para muito túnel, muito cara e ineficiente portanto.
O que eu leio desses discursos é que Gávea sera uma promessa vazia e possivelmente abandonada em uma questão de 2-3 anos. Ate lá vamos continuar ouvindo o mesmo mantra do Governo a fim de agradar as associações de moradores quando debaixo dos panos o planejamento é outro. A expansão à Alvorada, apesar de ser reconhecida como lógica ate mesmo pelo Governo e Metrô vai esbarrar no fato que teremos ali um BRT novinho e poucos políticos terão a coragem de destruir uma obra tão nova. Creio que o mais importante agora é formar uma consciência na população Carioca de que o Metrô tem que ser planejado para o Longo Prazo, alem de qualquer Governo de 4 ou 8 anos. Para mim o que esta em jogo a partir de agora é o que vai acontecer APOS 2016, pois ate lá vejo que as cartas já estão marcadas.
Existe por parte da sociedade uma preocupação bastante grande com o trajeto proposto pelo estado, a alegação é que este não vai atender de maneira satisfatória o fluxo Barra-Centro e que por simplesmente ser uma extensão da Linha 1 vai sobrecarregar ainda mais essa linha que já não suporta mais passageiros na atual configuração. A alternativa apresentada por essas associações é sequer a atual, sequer a original. É uma alternativa que teria o trajeto Gávea, Jardim Botânico, Humaitá, Laranjeiras e finalmente Centro. Vou discutir um pouco nesse post a questão do trajeto e da urgência de debater o assunto.
Então vamos as Alternativas, são elas a do governo ligando a Gávea à General Osório, a original Ligando a Gávea à Botafogo (estação São João/Rio Sul) e a das associações ligando Gávea ao Centro. Depois da Gávea o trajeto e certo. São Conrado e Jardim Oceânico, restando ao lado de la a opção de levar o Metrô ate a alvorada, opção que acho melhor, mas não vou abordar nesse post.
A – Opção do Governo: Gávea – General Osório
A alternativa perseguida pelo governo, com estudos e sondagens em curso já, é ligar a Linha 4 a linha 1 pela via mais curta possivel. Isso quer dizer na prática que a Linha 4 será apenas uma extensão da Linha 1, que seguiria da General Osório pelas estações Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alha e Antero de Quental até a Gávea. Essa ligação teria por volta de 4km, sendo a menor delas e portanto vai precisar de menos túnel para ser construída. Sem duvida esse é um ponto positivo, pois há objetivo de finalizar a ligação das duas linhas ate os jogos olímpicos de 2016. Outro ponto positivo é que vai estender a malha metroviária pela orla Carioca, um importantíssimo destino turístico, passando pelas Zonas Hoteleiras da Zona Sul.
Mas há uma lista imensa de criticas à essa alternativa e tenho certeza que não lembrarei de todas aqui. Primeiro o fato que a Linha 1 já esta no limite de sua capacidade, e simplesmente estender a mesma à Barra vai fazer com que os trens fiquem abarrotados e impraticáveis no trecho entre Gávea e Botafogo (senão Centro). Teríamos um Metrô que de fato não seria opção para quem mora no trajeto da Zona Sul. Segundo ponto é que haveria muitas estações entre a Barra e o Centro, e assim a viagem seria bastante demorada, reduzindo o potencial do Metrô tirar carros das ruas Cariocas. Alem disso existe a possibilidade que a ligação necessite sim de baldeação na estação General Osório (a confirmar) e a construção dos tuneis em Ipanema e Leblon sera complicada devido ao solo do local, exprimido entre Mar e Lagoa.
B – Opção do Projeto Original: Gávea – Botafogo
A alternativa original da Linha 4 Sairia de Botafogo, da estação São João. Para quem não sabe a estação São João ficaria entre Botafogo e Copacabana, do outro lado do Shopping Rio Sul. Essa estação não é nenhuma invenção nova, inclusive a Metrô Rio já mostrou possibilidade de construí-la (mesmo sem Linha 4). Nessa estação haveria a integração com a Linha 1, e de la Seguiria para o Humaitá (com talvez uma estação no meio de Botafogo), Jardim Botânico e Gávea. Esse trajeto teria aproximadamente 6km, ou seja, 50% a mais que o projeto perseguido pelo Governo atual.
Os pontos positivos à esse trajeto são que ele ligaria a Barra ao Centro de maneira mais rápida que a alternativa do Governo, uma vez que entre Gávea e Botafogo haveria 3-4 estações apenas, em vez de 7-8. Alem de menos estações o trajeto menor daria um ganho de alguns minutos à viagem como um todo. Outro ponto positivo é que moradores de Copacabana e Ipanema que usarem o metrô não iriam concorrer em espaço com aqueles que querem seguir à Barra. E por final as escavações seriam feitas em solo mais firme ou mesmo rocha, o que facilita e barateia a construção desse trajeto.
A critica feita à esse trajeto por parte do Governo é falha, alegam que a passagem custaria mais de 6 reais. Isso era o previsto SE o trajeto fosse construído e pago pela concessionária. Mas o que o Governo esta fazendo e pagar pela construção com fundos próprios, e o Metrô Rio apenas opera o trecho. Nesse cenário a tarifa seria a mesma. Quanto a população atendida o governo compara números de estudos e situações diferentes, nunca houve um estudo comparativo de fato e acredito que a quantidade de pessoas atendidas não iria variar muito, ate porque dependemos muito mais da capacidade do metrô do que da demanda de fato. Uma critica, e de fato uma coisa inevitável nessa alternativa, é a necessidade de baldeação e que a Linha 1 não suportaria (mesmo problema da proposta do Governo). Essa é porem uma questão que poderia ser resolvida desativando-se a Linha 1A e colocando frequência maior de trens na Linha 1.
C – Opção das Associações: Gávea – Centro
A opção mostrada pelas associações de moradores levaria o Metrô da Gave ao jardim Botânico, Humaitá, Dona Marta, Laranjeiras, Lapa e finalmente à Carioca. Assim seria uma ligação direta entre Barra e Centro, mas ao mesmo tempo ligaria com a Linha 1 nesse local. Esse trajeto teria uma extensão de mais de 10km, sendo mais de 150% a mais que o proposto pelo Governo (A) , e pelo menos 66% maior que o projeto original (B).
As vantagens que as associações de moradores estão, quase que enfurecidamente, defendendo nesse trajeto é a ligação direta entre Barra e Centro da Cidade. A lógica é tirar de circulação das ruas da Zona Sul o grande fluxo de carros e ônibus dos trabalhadores que residem na Zona Oeste mas Trabalham no centro. A ligação direta seria um atrativo para deixar o carro em casa. Alem disso Laranjeiras seria atendido com uma segunda estação de Metrô. Isso ao mesmo tempo iria desafogar um pouco a Linha 1, uma vez que permitiria duas vias metroviárias do Centro a Zona Sul.
Mas haverá inevitáveis criticas. Primeiro o traçado é muito mais longo que aquele planejado para ser construído ate 2016 pelo Governo e haveria sérias duvida que pudesse ficar pronto ate 2016. Segundo o fato que ligaria a Linha 1 apenas no Centro, não servindo de boa maneira para a circulação Zona Sul – Zona Sul. Quem quiser ir de Gávea a Copacabana não se beneficiaria dessa linha. É também uma ideia que nunca teve projeto ou estudos, ao contrario das opções A e B. E por fim o trajeto chegaria à Botafogo e não se ligaria ali à Linha 1 Por menos de 1km, em vez disso seguiria praticamente paralelo a Linha 1 ate o Centro por mais de 4km. Há de se considerar seriamente se tamanho investimento, cavando mais 4km de tuneis para chegar ao mesmo lugar por vias paralelas próximas vale a pena. Minha opinião pessoal é que não, esse dinheiro seria melhor aplicado numa eventual expansão à Alvorada, ou a construção do lote 29 (Estácio – Carioca na Linha 2)
Para isso não virar um livro em vez de um post vou ficar por aqui, convidando todos a dar suas opiniões nos comentários. Pessoalmente defendo o projeto original (B), Creio ser o melhor para atender as necessidades atuais e futuras. E posteriormente expandir a Linha 1, seja pela orla, seja pela ligação Gávea – Uruguai. Mas esse post é para discutir não o metro ideal, mas sim as opções da Linha 4 de HOJE.
Abaixo um link e mapa para o Google Maps mostrando as 3 opções que existem para a Linha 4.
http://maps.google.com/maps/ms?msid=208985350177275893142.00049d940bb4984aa881f&msa=0&ll=-22.953651,-43.195496&spn=0.210865,0.307961
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