Banco do Brasil escarnece do funcionalismo em "negociação"

Primeiro, vejam a nota do Banco para a ""negociação"", com comentários na parte dos pontos de "debate":

"No 2º encontro com a Contraf/CUT, BB debate remuneração
O BB realizou na tarde de hoje, 14, em Brasília, o segundo encontro com a Contraf/CUT para a discussão das cláusulas específicas do Acordo Coletivo. Na agenda da reunião estava a discussão de aspectos relacionados à remuneração, como Plano de Carreira e Remuneração (PCR), Plano de Cargos Comissionados (PCC), dentre outros.



O negociador do BB, José Roberto Mendes do Amaral, falou, na abertura do encontro, sobre a predisposição do Banco em apresentar respostas para todas as cláusulas da pauta enviada pela entidade, e não somente dos itens que tem sido levados para discussão nas reuniões específicas. Além disso, lamentou os excessos notados em algumas manifestações, como o uso da força no fechamento da CABB São José dos Pinhais/PR, ocorrido hoje, 14. “Esse tipo de atitude seria até compreensível se não houvesse a predisposição para o diálogo por parte do Banco. É justamente o contrário. Principalmente em relação ao CABB, onde temos feito um exercício de conversas e negociação, inclusive nesta mesa, para encontrar caminhos visando melhorar as condições para os funcionários dessas dependências”, afirmou.

O Banco apresentou proposta para manutenção de inúmeras cláusulas que já existem no acordo em vigor. As propostas de alterações em alguns desses itens não foram acatadas, tendo em vista contemplarem aumentos desprovidos de argumentação lógica. Importante destacar que, nesses assuntos, o BB já proporciona aos seus empregados mais benefícios e vantagens que os demais integrantes do setor e do mercado brasileiro, inclusive. O negociador do Banco, José Roberto, esclareceu, por exemplo, sobre as ausências autorizadas. “ Se formos atender às solicitações apresentadas pelos sindicatos em relação a ausências autorizadas, não teríamos condições administrativas de funcionar. E já praticamos bem acima do mercado”.

"PCR - está em análise. Não haverá majoração de interstício da tabela de antiguidade para 6%. Na carreira de mérito, o que se considera para pontuação é o exercício diário da comissão;"

RESUMO:    NÃO!

"Substituição de comissionados - o Banco não acata a proposta. Há o posicionamento pela manutenção do modelo atual, que permite a substituição dos primeiros gestores da rede e de todos os comissionados de agências com até 7 funcionários;"


RESUMO:   NÃO!


"Adiantamento do 13º salário - Banco segue a Fenaban no que diz respeito ao teor da cláusula; todavia faz os adiantamentos em abril ao invés de maio, e não discrimina afastados por doença e outras situações, conforme seu regulamento interno;"


RESUMO:   NÃO

"Despesas com transporte / deslocamento noturno / abono assiduidade - o Banco propõe manter a cláusula da forma como consta hoje (consulte a aba "Acordos e Convenções" deste site), com reajuste do benefício de acordo com o índice aprovado na mesa da Fenaban;"


RESUMO:   NÃO!

"Ampliações dos casos de ausências autorizadas - o Banco entende que as autorizações já concedidas são superiores às praticadas no sistema financeiro e em outros ramos também. A concessão de novas possibilidades de ausências, da forma como solicitada, inviabilizaria inclusive o funcionamento das dependências;"


RESUMO:    NÃO!

"Plano de Comissões - o Banco não se predispõe, como já foi informado anteriormente, a discutir o seu Plano de Comissões nesta mesa. Sobre descomissionamento, o Banco também não se dispõe a renovar, neste Acordo, a cláusula que diz respeito à necessidade dos três ciclos avaliatórios de desempenho insuficiente para a perda de comissão;"

RESUMO:   NÃO E AINDA VAMOS TIRAR!!!!!

"Licença Prêmio - Banco mantém a cláusula e seu entendimento é pela não extensão deste item;"

RESUMO:   NÃO  !

"Compensação de dias parados - o Banco pretende ressalvar a cláusula da Fenaban e não abonar os dias parados daqueles funcionários que, em caso de greve, participem das paralisações. Apenas 38% das horas foram compensadas no ano passado, o que vai de encontro ao que foi acordado nos anos anteriores no que diz respeito à reposição dos dias parados. O Banco entende que, com a disposição para o diálogo demonstrada pela Empresa, não há a necessidade de paralisação e aposta em uma solução negociada."

RESUMO:   NÃO!!!!

BB, contou quantos "não"? E contou os "sim"? Eu ajudo: NENHUM SIM!!! E o último "não" é um escândalo, um escárnio da inteligencia de seus funcionários. Se foi dito não a tudo, não há diálogo, não há dialética nenhuma, ou seja, o argumento é vazio e hipócrita!
Se de fato não desejassem greve, se de fato o BB respeitasse o funcionalismo, a sociedade e seus próprios princípios de ética e suas notas públicas, diria ao menos um sim, um mísero sim pra justificar sua balela de "estou negociando, os funcis é que são intransigentes".  É, mas não, o BB nem se preocupa mais em disfarçar a hipocrisia negocial, diz não a tudo e fala que isso é negociar!
Se a greve vier, e desta forma virá, será justíssima, e não haverá juiz que considere intransigência da parte dos trabalhdores entrar em greve, caso seja ajuizado o assunto. O BB deu uma inestimável arma aos seus funcis quando rompeu até com sua cautela negocial e cristalizou sua posição: "Não estamos nem aí pra negociação, será o que queremos e pronto!"
Repito, não há ser humano capaz que não perceba a intransigência do banco forçando a greve.

Uma outra e talvez mais aviltante zombaria que o Banco impingiu ao funcionalismo é a explicação do porque não se deve vincular o lucro extratosférico ao aumento salarial. No afã de procurar uma justificativa que não existe, fez uma conta que faria um candidato ser reprovado em seu próprio concurso na parte de raciocínio lógico.
Vejamos: Se o lucro foi de 25%, diz o Banco que as despesas também cresceriam 25%, não restando assim nada de "sobra". Admitamos, para efeito de análise, que isso fosse possível, que grande parte das despesas do Banco não tivesse ligada a fatores totalmente independente de sua lucratividade, como taxas de consumo, pagamentos de títulos alheios, despesas fixas, etc, tc. Nesta suposição hilária que nos propõe o banco, os 25% serviriam, automaticamente para pagar as despesas nos mesmos 25% a mais. Certo?
Pois então eu pergunto: A remuneração dos funcionários não se constitui numa despesa do Banco também? Ou somos pagos com orçamento do Bradesco? Pois se somos também despesa, porque somos a única que não aumentaria em 25%? Explica isso!!!! Se toda e qualquer despesa aumenta 25% devido ao lucro de 25%, porque a única despesa que estagnaria no patamar anterior seria a folha salarial?
É uma conta simples, um raciocínio lógico básico e que está quase declarado dentro do próprio enunciado do Banco. Só que para justa revolta, o Banco no final quebra o raciocínio natural e conclui que por isso (????) não deve aumentar a despesa com pessoal nos 25% do lucro.

Enfim, para concluir, o Banco sabe perfeitamente que não possui qualquer argumento, e nem tem se dado ao trabalho de criar um minimamente passível de enganar os mais incautos, por isso, e apenas por isso, que em seu último não da nota, propõe o medo, a ameaça já não mais velada e sim explícita de descomissionamento. Se isso, por si só, já não é uma incoerência absurda com o anunciado parágrafos antes de que o Banco é signatário de cláusulas internacionais de RESPEITO AO DIREITO SINDICAL, não sei mais o que é.
O Banco quer a greve, e quer impedir o exercício do direito a greve, Constitucional aliás, e deseja sacramentar a virada no relacionamento institucional com seu funcionalismo que iniciou anos atrás: Do respeito e colaboração para o medo e exploração!

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