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EDUCAÇÃO com LIMITES / DOIS RETRATOS DA TRISTE REALIDADE BRASILEIRA E CARIOCA / UM ANO DE LUCRO

Andei um pouco quieto estes dias pois estou sem computador, mas não resisti a escrever alguns artigos, os quais reproduzirei abaixo.

EDUCAÇÃO com LIMITES

Tramita no senado (só sei por causa da TV Senado) um projeto que pretende limitar o número de alunos por sala de aula.

Eu sinceramente achava que esta lei já existia, não sei se era apenas uma recomendação, e acreditava ser o limite 20 alunos por aula. Mas que seja! A primeira impressão que este projeto me causou foi boa!

Entretanto, conforme a matéria foi sendo apresentada, eis os problemas:

Um professor de matemática e uma representante do sindicato de professores (de Rondônia, creio eu) criticaram o projeto. O primeiro por considerar que o número de alunos não interfere na qualidade da aula (vocês devem imaginar a qualidade da aula dele, né!) e a segunda porque acha que isto refletirá certamente num aumento das mensalidades nas escolas particulares e de um aumento de custos nas escolas públicas. Ela crê que estes custos serão altos demais.

Vamos lá.... O primeiro eu nem pretendo me alongar muito, pois a observação dele é de beirar ao ridículo. Como professor de matemática, deveria saber que é muito mais difícil para um (o professor) dar conta de 50, 60, do que de 20.

Mas a segunda, a sindicalista, demonstra uma visão tão retrógrada, mínima, egocêntrica e tacanha que assusta. Ela realmente não sabe o que faz representando professores! Talvez não saiba sequer o que é educação! Enquanto o país pode estar comemorando a melhora na qualidade das aulas, passo primeiro para o progresso da nação e eliminação das desigualdades sociais, ela está preocupada no aumento de custos da educação, que porventura não seja repassado aos pais e sim em arrochos salariais docentes.

Mas meu ultimo e derradeiro desapontamento veio na própria proposta. A digníssima senadora que formulou achou estar prestando enorme serviço ao país quando calculou um limite de 35 a 40 alunos por sala!

Ora, se é pra regulamentar num nível de lotação destes, parecendo as cadeias brasileiras, era melhor não regulamentar! Quando se regulamenta num patamar destes você simplesmente legaliza a degradação da educação. Agora, as escolas poderão continuar apinhando as salas e ainda respaldadas pela lei!

Ora bolas!

DOIS RETRATOS DA TRISTE REALIDADE BRASILEIRA E CARIOCA

Estes dois relatos a seguir são marcantes do respeito prestado à população pelas autoridades de nosso país:

Carnaval, Belém do Pará. Uma senhora de oitenta e tantos anos passa mais de 24 horas circulando de posto de saúde para hospital, de hospital para outro, de outro para outro e deste (sem ser atendida) para o cemitério.

Ela teve o que foi considerado sorte de ter conseguido uma ambulância. Mas nenhum hospital a aceitava. Todos alegavam estar sem médico. Nenhum hospital tinha. Nenhum posto tinha. Nenhum médico de outra especialidade quis sair de frente do desfile das escolas de samba para socorrê-la. Ela já não falava mais, mal respirava, e o desespero de sua filha, lutando por um atendimento, era respondido com ignorância e desrespeito.

O único atendimento que ela conseguiu foi o do necrotério. A filha viu sua mãe morrer, com os olhos arregalados, dentro da ambulância, enquanto os médicos pulavam o carnaval e outros se negavam a atendê-la.

Campo Grande, Rio de janeiro, RJ. A Justiça Fluminense decidiu, no último mês, retirar as varas penais de Campo Grande, o tribunal do júri assim como o Ministério Público do mesmo bairro e transferi-los para o centro, no prédio do Tribunal de Justiça. O motivo? Retirar os magistrados e funcionários públicos de um local onde não há segurança.

Segundo publicado, considera-se que os juízes, defensores, promotores e demais funcionários não poderiam mais ficar no bairro, pois a polícia e demais aparatos do estado não podiam garantir a segurança.

Sim meus amigos, o Estado fugiu! Saiu fora! Os que deveriam estar para garantir a justiça e a segurança preferiram ir embora e largar a população. Sim, porque a população não pode sair do bairro. Ou será que irão alugar apês no Tribunal de Justiça? Quer dizer que o cidadão que paga os impostos e não deve nada à lei pode continuar num lugar onde até o Estado, até a Justiça foge?

E ainda dizem que estão combatendo o tráfico, a criminalidade, o assalto, os assassinatos, que a justiça está aí para que a população recorra a ela. Aí, quando mais se precisa deles, eles fogem e abandonam a população! E quando outra segurança aparece para ocupar o lugar do Estado, dizem que isto é ilegal, é crime, etc.

Não estou defendendo ou fazendo apologia à milícia, mas quem pode discordar desta realidade? Se até os juízes, que são protegidos por escolta especial, andam com aparato policial e tudo mais tem que se esconder, imagine o cidadão comum?

Estes dois relatos mostram a realidade do Brasil.

Eu faço um clamor: todos que tiverem perdas na família ou não forem atendidos em hospitais, chamem a polícia, entrem com processo. Processes o hospital e o Estado! Não esperem calados até o desfecho fatal.

Se um, dois, três, muitos tomarem esta atitude, processando os hospitais e o Estado, pressionarem o Ministério Público a processas os secretários de saúde por negligência e quem sabe até os governadores e prefeitos por conivência, teremos a chance de as políticas de saúde mudarem.

Chame a polícia. Exija ser atendido. Corra até o MP e peça apoio e acompanhamento que lhe garanta o que já é seu direito... isso se o MP, a polícia e o fórum não tiver fugido pra longe, né.

UM ANO DE LUCRO

Ano passado foi um ano que começou conturbado pra mim. Pra quem tiver interesse, neste blog tem alguns artigos nos quais eu relato minha situação política no PSB e meu afstamento, assim como minha tristeza pelos amigos que ficaram, e que não entenderam minha situação.

Mas agora, no início de 2009, a vida pregou de suas peças. Eis que meu telefone toca e eu descubro que um grupo considerável, digamos, 80% da JSB, estava em situação insustentável dentro do partido, chegando a conclusões muito parecidas com aquelas que eu cheguei 365 dias antes.

Os dias foram passando e as notícias que eu tinha era de que o destino destes, dentre os quais estavam o Vice presidente da UNE, um diretor da UBES e o Vice da UEE-RJ, não estava longe de ser o mesmo que o meu: afastar-se do PSB.

E dito e feito. A notícia vazou, e no mesmo dia, uma carta foi publicada anunciando a saída de praticamente toda a diretoria e a maior parte dos filiados do partido na juventude, a qual eu também subscrevi.

A carta ressalta exatamente aquilo que eu asseverava lá no ano passado: O PSB aqui no Rio é um partido que peca por querer ser pequeno. Pessoas ali dentro torcem, planejam, golpeiam para que o partido não cresça e não lhes fuja ao controle pessoal. E a juventude vai na mesma barca.

Projetos pessoais fazem de todos os militantes peças, peões de um xadrez no qual o rei se esconde e usa-os como degraus para sua escalada. Construções de anos, que demandaram esforço, dedicação, abdicações pessoais, são jogados no lixo e desconsiderados ao bel prazer daquele(s) que tudo controla.

Mas enfim a verdade veio à tona. Não vou cantar que “Ah, eu já sabia” ou o “Eu bem que avisei”, mas, bem, eu já sabia e eu avisei. Todos consideraram minha saída absurda, estes mesmops amigos que hoje se esclareceram me diziam que eu estava louco, que tinha surtado, etc.

Se minha saída foi planejada, proveitosa ou inteligente não interessa. Interessa que eu percebi o que rolava, e tentei mudar esta situação. Entretanto, algumas pessoas que comigo vislumbravam uma nevoa do que hoje sabemos preferiram aderir ao sistema do que lutar pela mudança.

E somando-se a isso a gota d’água que foi o problema de foro pessoal que me aconteceu lá dentro, creio que meu afastamento me deu um ano de lucro. Um ano sem estar acreditando em papai Noel lá dentro; um ano sem perder meu tempo sendo enganado; um ano no qual pude fazer novos contatos e aumentar minha visão além dos muros fisiocratas e pequenos do PSB.

E além de tudo isso, hoje, eu e todos estes que perceberam o que havia no “Reino da Patolândia” podemos traçar novos e promissores caminhos.

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