Debate com os "prefeitáveis" na UERJ
O DCE da UERJ marcou um debate entre os candidatos a prefeito do Rio de Janeiro em 2008, que se realizou ontem, dia 27 de Agosto.
Estive presente, e acompanhei o que disseram os candidatos que se dignaram a comparecer:
Paulo Ramos, do PDT, Chico Alencar, do PSOL e Vinícius Cordeiro, do PTB, e os que chegaram atrasados: Antônio Carlos, do PCO e Eduardo Serra do PCB.
Os candidatos Eduardo Paes (PMDB), Solange Amaral (DEM), Marcelo Crivella (PRB) e Jandhira Fegali (PCdoB) não foram e não mandaram nenhum representante, apenas alegaram não ter tempo nem espaço na agenda para comparecer, apesar de terem sido convocados com bastante antecedência e de alegarem publicamente ter uma agenda flexível.
Os 3 primeiros candidatos (Paulo Ramos, Chico e Vinicius) se revezaram em apresentar á uma platéia composta em sua maioria por estudantes de Ciências Sociais, História, Economia, Filosofia, Serviço Social, Direito, Comunicação, e alguns das faculdades de Letras, Engenharia, Geografia e do IME, um diagnóstico do Rio de Janeiro.
Paulo Ramos e Chico levaram longos minutos analisando a história da cidade, as causas dos problemas que enfrentamos hoje, e defenderam suas ideologias principais, respectivamente, educação e socialismo. Vinicius Cordeiro contou de sua experiência e formação, e fez um paralelo da situação da nossa cidade com a de algumas da Itália, dos Estados Unidos e de países Sul-americanos. Defendeu a iniciativa privada como importante para ajudar a tirar o Rio do buraco.
Ponto comum entre eles foi criticar a atual (já de algum tempo) administração César Maia, e a ridícula participação da Solange Amaral, que desdenha dos demais candidatos, ignora irritantemente as perguntas que não lhe agradam e manipula as realizações catastróficas da prefeitura para encobrir-lhes as falhas.
No bloco de perguntas da platéia para os candidatos, não consegui anotar o nome dos alunos que formularam as perguntas, mas apenas seus cursos, sendo 2 de Ciências Sociais, uma de Comunicação, e 2 de Economia.
As perguntas, resumidamente, já que foram de cerca de 3 minutos cada, foram:
I – De onde provem o dinheiro que financia a candidatura dos senhores candidatos?
II – Como dirimir o trabalho informal e qual a solução para o lixo urbano?
III – Qual o projeto de construção de habitações de baixa renda e de resolução da problemática das favelas?
IV – Visto que o poder econômico e a mídia “elegem” os candidatos que irão ter esposição, haverá boicote, da parte dos senhores, à debates que não contemplarem todos os candidatos, inclusive os “nanicos”? E o que será feito com as rádios comunitárias?
V – Qual a opinião sobre as fundações de direito privado na saúde e quais os programas para a saúde cada um dos candidatos?
RESPOSTAS:
Paulo Ramos falou, sinteticamente, o seguinte:
“As grandes empresas pagam aos candidatos, subordinando-os às suas vontades em detrimento da vontade popular. É o caso da Firjam, da Fetranspor e da Fecomércio, que elegem seus cabdidatos, enchendo-os de dinheiro na campanha, contanto que estes depois beneficiem e sigam as suas vontades, pouco se importando com a lei e o bem público.”
Quanto ao trabalho informal, se compromete a não reprimir os camelôs e o transporte alternativo, e sim, organizá-los e estruturá-los.
Defende uma política habitacional que substitua a remoção. Defende o direito à moradia, e não o desejo da casa própria, e diz que Favela-Bairro é eternização da favelização e da exclusão.
É terminantemente contra as Fundações de Direito Privado, tendo lutado contra elas na ALERJ. É totalmente ao Estado Mínimo.
Chico Alencar, também sinteticamente, respondeu:
“Desconfiem de campanhas milionárias, com muitos cabos eleitorais pagos. São o indicativo mais claro do poder econômico agindo contra o interesse popular. E utilizando-se da própria população”
É favorável a regularização do trabalho informal, trazendo-o para a legalidade, sem repressão.
Contrário as remoções de moradores de habitações de baixa renda e contra o Estado mínimo, representado pelas idéias entreguistas do governo Cabral pelas Fundações de Direito Privado.
Vinícius Cordeiro:
Contra as administrações particulares da saúde pública. Não é de todo contrário às fundações, dependendo do caso e do objetivo.
É também contrário ás remoções. Antes, deve ser rediscutido o plano diretor da cidade, e depois segui-lo como forma de reorganização urbana. Existem poucos projetos habitacionais para o Rio da parte do Governo Federal, principalmente porque o prefeito César Maia não faz projetos, prefere ficar postando em seu “ex-blog”.
Favorável também à desburocratização da legalização do trabalho urbano, hoje informal.
Contra a “Vergonhosa proposta de financiamento público de campanha apresentada pelo PT” pois este tipo de financiamento 100% público nunca deu certo em nenhum país, entregando todos os partidos políticos da Itália por exemplo nas mãos da máfia.
Defendeu mais uma vez a importância da iniciativa privada na transformação do Rio.
Os candidatos Antônio Carlos (PCO) e Eduardo Serra (PCB) chegaram atrasados, após as perguntas, e apenas fizeram considerações gerais, ao final.
Antônio Carlos disse que os partidos de esquerda (socialistas, comunistas, operários, trabalhistas...) não honram o nome de suas siglas, fazendo o mesmo que os candidatos do poder opressor (Eduardo Paes, Solange Amaral).
Disse que as eleições não mudarão nada, pois a única transformação pode vir da classe operária.
Criticou o apoio dos “pseudo-comunistas” do PCdoB à privatização do petróleo brasileiro, proposta pelos também “pseudo-trabalhistas/socialistas” do PT.
E criticou também, com afinco, os militantes partidários destes partidos que estavam como claque balançando freneticamente bandeiras do lado de fora, quando na prática não fazem nada diferente daqueles que dizem criticar (Crítica DIRETA aos militantes do PSOL, PSTU e PCdoB-UJS presentes).
Eduardo Serra falou para um auditório esvaziado, já que os militantes do PCdoB não ficaram, e os do PSOL e do PSTU foram embora junto com Chico Alencar e Cyro Garcia, fazendo desrespeitosamente muito baralho e arruaça, em pleno debate.
Disse que a luta de classes hoje se dá na privatização dos serviços públicos, e que a retomada do poder se dará apenas pela participação da população. Defende os comitês de bairros para definir as medidas a serem tomadas pela prefeitura.
Bem, você que não foi, ou que acompanha este blog, saiba que dos candidatos ausentes, os únicos que demonstraram interesse e preocupação em justificar sua ausência foram Crivela e Jandhira. Eduardo Paes e Solange Amaral DESDENHARAM do debate. Mas os motivos no sabemos claramente, né?





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