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Eu preciso falar...

O que leva alguem a militar numa juventude partidária? O que leva alguém a se dedicar ao ME?
No meu caso, eu acredito piamente que todo cidadão deve participar da política de seu país, e se hoje política é sinônimo de corrupção e desonestidade, a culpa é principalmente dos que não se envolvem, preferem sofrer calados as conseqüências.
Quanto ao Movimento Estudantil, creio eu que é um dos caminhos mais comuns àqueles que pretendem ingressar na vida política. Digo isto porque vejo neste o meio no qual se inserem os futuros quadros eleitorais mais conscientes e engajados. Não obstante existem outros meios, mais ou menos fisiológicos de adentrar na política, mas sem dúvida, este é o que mostra mais cabalmente se a pessoa está imbuída da Rés Publica ou se é um aventureiro do circo de horrores da política nacional. Em outras palavras, eu acredito sim que há maior probabilidade de que aqueles que entram pelo ME sejam mais compromissados do que os que caem de pára-quedas.

Entretanto, sou obrigado a ponderar meus valores, no momento que vivo. Sou membro do Diretório do Rio de Janeiro do Partido Sociaista Brasileiro, militante da JSB, pela qual lutei nos últimos 2 anos e meio, sem jamais ter perdido uma batalha, e sem jamais ter reclamado para mi qualquer benefício que não lograr êxito junto com meus companheiros.

Como disse, a caminhada foi prazerosa. Iniciei logo após entrar no GEETESC (Grêmio da Escola Técnica Estadual Santa Cruz – FAETEC/RJ). Na época, representei a JSB no “congresso” da AMES daquele ano. Minha primeira experiência, logo de cara. No ano seguinte, dei prosseguimento à direção do GEETESC e passei a compor também o DCE da UNESA, como 1º secretário. Minha vida era uma correria, e graças a Deus, amigos iesquecíveis, como a Letícia e o Fábio foram meu esteio nestas missões.

Fui obrigado e sair do GEETESC pois passei a dirigir o Coletivo Secundarista Estadual, ao mesmo tempo que estudava na UERJ. Neste período, me desliguei do DCE da UNESA para me concentrar na missão de ressuscitar o secundarista da JSB no Rio.
Não podia ter tido missão mais vitoriosa. Em seis meses de trabalho intenso, começando pela manhã bem cedo e terminando só na hora da faculdade a noite, e as vezes mais tarde, rodei as escolas da Zona Oeste do Rio toda, tirei a militância secundarista de 0 para cerca de 15 membros efetivos, fora aqueles que estavam em grêmios que dirigíamos, mas não chegaram a se filiar e construímos uma liderança forte e compacta na Zona Oeste. Isso nos deu forças para levar a segunda maior bancada pro Congresso da AMES, no qual apresentamos a maior tese, de minha autoria, e encaminhamos uma chapa. Ao fim, ficamos com a Vice-Presidencia e com a segunda maior força da diretoria, em cargos estratégicos. Neste embalo, ainda fomos a segunda maior força na etapa estadual do ConUBES e emplacamos ao fim um diretor na UBES.
Mas, como eu disse, sou obrigado a rever meus conceitos. Apesar dessa trajetória feliz, hoje me sinto extremamente inseguro se tudo isto valeu a pena. Construí a programação pra AMES, mas hoje vejo uma só pessoa encaminhar tudo ao contrário do que havíamos planejado. Vejo o secundarista da JSB morrendo, perdido em desconfianças, disputas de egos, burocracias e apegos a títulos e cargos. Vejo os realmente engajados, abnegados, sendo suplantados pela lógica imediatista e carguista. Vejo uma participação pífia, subserviente e improdutiva na UBES. Vejo o meu grêmio, o GEETESC, que levantei, junto do Fábio, da Letícia e que ficou de legado ao Natanael ser ridicularizado na Internet, nos corredores da escola, se envolvendo em falcatruas e subterfúgios pra manter um poder aparente, inerte e sem propósito. A total degradação do que fora exemplo de construção ética, mesmo diante das dificuldades.
Não vou culpar A ou B por isto, mas responsabilidades e cargos (não é isso que importa, afinal?) já os apontam. E aí, eu me indigno com outra coisa, proveniente de uma situação no qual apesar de ter isso vítima, passei por vilão. Certamente cometi meus erros, mas tenho absoluta convicção que não foram estes que motivaram minha “ostracização” forçada.
Portanto, revejo os conceitos. Política não é lugar pra se fazer amizades, deve-se estar atento. Mas tudo tem seu limite ético. E eu vivia neste, convivendo com incoerências que tinha que compactuar em prol de uma causa maior. Mas quando você sente o lado mais lamentável de certas pessoas te atacarem, e vê que outros ou não podem ou não optam por te auxiliar, você é forçado a pensar que chega. Acabou.
Não dói ser ofendido. Não dói ser traído por aqueles que você tirou do nada e transformou num projeto mal-acabado de político mirim. Dói é olhar pra trás e duvidar se mesmo que tudo tivesse terminado bem, se teria valido realmente a pena.
Neste momento, novas oportunidades conclamam, e pela primeira vez tendo a aceitá-las. Me segura talvez as pessoas de boa vontade que comigo entraram nesta luta na JSB, mas que temo que também se vitimizem. Me segura talvez duvidar se devo insistir nesta militância estudantil. E certamente, o fato de achar que ainda não acabou, e que a justiça se fará ao final do ciclo, o problema é definir o tamanho deste ciclo.

Enfim, o que leva alguém a militar numa juventude partidária, e o que leva alguém a se dedicar ao ME?
Responda quem souber!

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