Situação da Saúde no Rio é de caos, impunidade e descaso nunca dantes visto.
Corpo de mulher atropelada por ambulância será sepultado na tarde desta terça
Rio - O sepultamento do corpo de Marta Bento de Andrade, de 46 anos, atingida por uma ambulância desgovernada na calçada do Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, na Zona Oeste, está marcado para as 15h desta terça-feira, no Cemitério de Campo Grande. O horário do enterro, contudo, pode ser antecipado pela família de Marta, que morreu na manhã desta segunda-feira. O corpo da fisioterapeuta é velado na Capela C.

Marta foi atropelada e morta por uma ambulância da Toesa Service Ltda. A empresa transporta pacientes para a Secretaria Municipal de Saúde apesar de proibida pelo Ministério Público Estadual de prestar serviços à Secretaria de Estado de Saúde. A Toesa é suspeita de superfaturar contratos que somariam R$ 5 milhões. O motorista alega que o freio falhou.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde — que não informou quantas ambulâncias da prefeitura a Toesa administra — garantiu que está “em fase de cancelamento de contrato com a prestadora, pelo não cumprimento de cláusulas contratuais”. Em nota, a empresa Toesa, que não comentou os cancelamentos de contrato, disse que está prestando atendimento à família.
“Minha irmã, que tinha passado a noite com a mãe (Dolores, 78, com fratura no fêmur) no hospital, teria tido socorro demorado. Exigimos explicações”, disse José de Andrade, 57.
Mais dois feridos
Outras duas pessoas ficaram feridas, mas escaparam com vida. O acidente aconteceu às 7h, quando o veículo KXX-1253, dirigido por Marcos Antônio Américo Torres, 45, desceu rampa de ré e, desgovernado, imprensou Marta contra uma mureta. O camelô Marcelo Moraes, 37, e a mulher, Antônia D’Ávila, 40, foram atingidos, mas tiveram só ferimentos leves. Resgatada com ajuda de outros pacientes e bombeiro de uma outra ambulância, Marta, morreu na mesa de cirurgia. Ele estava na unidade acompanhando a mãe internada.
Marcos Antônio entrou em desespero e disse que não teve culpa. “A ambulância perdeu o freio”, alegou, mostrando um disco de freio partido e o motor sem manutenção adequada, segundo ele.
A Secretaria estadual de Saúde do Rio suspendeu por dois anos uma empresa acusada de fraudar uma licitação e lesar cofres públicos num contrato de quase R$ 5 milhões. Segundo investigações do Ministério Público, a Toesa Service contou com a ajuda de três funcionários da própria secretaria.
A empresa não quis se posicionar sobre a decisão, mas informou que vai recorrer.
A investigação foi aberta pelo Ministério Público em abril de 2010, depois de uma reportagem no RJTV. A Secretaria estadual de Saúde tinha contratado, após uma licitação irregular, a Toesa Service para fazer a manutenção de veículos de combate à dengue, com preços superfaturados.
A empresa vencedora receberia por ano quase R$ 5 milhões para cuidar de 111 veículos. Dinheiro que daria para comprar uma frota nova.
No fim de 2010, o MP denunciou por suspeita de fraude sete pessoas, representantes da Toesa e funcionários da secretaria. A secretaria também mandou abrir uma sindicância para apurar as denúncias.
O ex-subsecretário executivo, César Romero Vianna Júnior, foi exonerado. Os promotores pediram a condenação da Toesa e propuseram uma ação civil pública contra a empresa.
“O que a investigação revelou é que desde o edital até a contratação final houve uma série de atos irregulares, uma série de vícios, que direcionavam aquela disputa para a empresa Toesa”, afirmou o promotor Reginaldo Lomba, em dezembro de 2010.
Na última sexta-feira, o Diário Oficial do estado publicou uma decisão da secretaria: a Toesa está proibida de participar de licitações e de assinar contratos com a secretaria por dois anos. A empresa recebeu também uma multa de R$ 240 mil, equivalente a 5% do valor do contrato. A Secretaria de Saúde explicou que a proibição é de dois anos porque este é o prazo máximo previsto na Lei das Licitações.
Além desta decisão, ainda correm dois processos na Justiça. A ação civil pública, em que os envolvidos respondem por improbidade administrativa, e uma ação criminal, por fraude em licitação. Não há data prevista para os julgamentos. Segundo a secretaria, os três servidores mencionados não fazem mais parte do quadro de funcionários.
Família vítima de acidente do bondinho denuncia cobrança de propina em hospital:
Para a família do aposentado Alcides de Abreu Gonçalves, de 73 anos, o acidente do bonde em Santa Teresa, no último sábado, foi só o início de um tormento. Depois do trauma e dos ferimentos, Eduardo, filho de Gonçalves, precisou pagar 150 reais ao motorista de uma ambulância para conseguir transferir o paciente. Eduardo, agora, tenta fazer com que o pai seja incluído entre as vítimas. Gonçalves, morador da Tijuca, na zona norte, tinha ido com outro filho, Renato, para um passeio em Santa Teresa. Com eles estavam a namorada de Renato, Patrícia, e os pais da jovem, que moram em Minas Gerais. Depois de saber do acidente com a composição, os parentes tentaram diversos contatos por telefone. Depois de muitas tentativas, foi o pai da moça quem atendeu, e informou que todos estavam na emergência do Hospital Souza Aguiar. Dos cinco integrantes do grupo, Gonçalves era o que tinha os ferimentos mais graves: suspeita de traumatismo craniano, com confusão mental, escoriações e fraturas em um dos braços e uma das mãos.
Era preciso transferi-lo para outra unidade, pois naquele momento o tomógrafo do Souza Aguiar não funcionava. Apesar da recomendação do próprio hospital para que Gonçalves fosse levado para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, os motoristas das ambulâncias se recusavam a fazer o trajeto. O motivo: por contrato, só podem fazer 20 viagens por dia, e aquela seria a 23ª.
Orientado por um funcionário, Eduardo soube que poderia “dar um jeitinho”. Ele deveria pagar 150 reais a um motorista de uma ambulância de outro hospital público – segundo ele, do Hospital Dom Pedro II, municipalizado e atualmente fechado para reforma.
Eduardo, a partir desse momento, passou a agir por conta própria. “Entrei no hospital, peguei a maca com meu pai e saí pela porta principal. Ninguém me impediu, nenhum funcionário, nenhum segurança. O motorista passou a 160 quilômetros por hora pela Avenida Presidente Vargas e rapidamente chegamos ao Hospital Badim, na Tijuca”, conta ele. O Badim é uma unidade privada.
Durante o encontro desta quarta, a OAB prometeu intervir no caso. “Vamos nos reunir com as vítimas, Defensoria Pública, Ministério Público, secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos para, unidos, tentar evitar que o governo continue tão omisso no cuidado com a sua população”, afirmou Margarida.

Amigos consolam um dos três filhos de Marta. Revoltados, parentes cobram explicações | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
O delegado da 35ª DP (Campo Grande), Alberto Leite, adiantou que Marcos Antônio Américo Torres, 45, motorista de ambulância que atropelou Marta responderá por homicídio culposo (sem intenção). “Se a perícia comprovar que o disco do freio se quebrou por falta de manutenção, responsáveis pela Toesa responderão pelo mesmo crime”, afirmou.Marta foi atropelada e morta por uma ambulância da Toesa Service Ltda. A empresa transporta pacientes para a Secretaria Municipal de Saúde apesar de proibida pelo Ministério Público Estadual de prestar serviços à Secretaria de Estado de Saúde. A Toesa é suspeita de superfaturar contratos que somariam R$ 5 milhões. O motorista alega que o freio falhou.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde — que não informou quantas ambulâncias da prefeitura a Toesa administra — garantiu que está “em fase de cancelamento de contrato com a prestadora, pelo não cumprimento de cláusulas contratuais”. Em nota, a empresa Toesa, que não comentou os cancelamentos de contrato, disse que está prestando atendimento à família.
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Ambulância imprensou vítima contra o muro do hospital. Marta de Andrade não resistiu aos ferimentos | Foto: Cristiano Lopes / Agência O Dia |
Mais dois feridos
Outras duas pessoas ficaram feridas, mas escaparam com vida. O acidente aconteceu às 7h, quando o veículo KXX-1253, dirigido por Marcos Antônio Américo Torres, 45, desceu rampa de ré e, desgovernado, imprensou Marta contra uma mureta. O camelô Marcelo Moraes, 37, e a mulher, Antônia D’Ávila, 40, foram atingidos, mas tiveram só ferimentos leves. Resgatada com ajuda de outros pacientes e bombeiro de uma outra ambulância, Marta, morreu na mesa de cirurgia. Ele estava na unidade acompanhando a mãe internada.
Marcos Antônio entrou em desespero e disse que não teve culpa. “A ambulância perdeu o freio”, alegou, mostrando um disco de freio partido e o motor sem manutenção adequada, segundo ele.
TOESA BANCA VIAGENS À EUROPA DE FUNCIONÁRIOS DA SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO.
Um grupo de servidores da Secretaria estadual de Saúde viajou para a Europa com despesas pagas por uma empresa que, entre 2007 e 2010, faturou cerca R$ 28 milhões em contratos com o governo. Dois subsecretários e um médico, além do comandante de uma unidade dos bombeiros e o então subcomandante do corporação, embarcaram em outubro de 2009 para a Dinamarca e a Polônia, com passagens cedidas pela Toesa Service. A empresa é conhecida do Ministério Público. Ano passado, diretores e funcionários da prestadora de serviço, além de servidores da Secretaria estadual de Saúde, foram denunciados pelo MP e hoje são réus em duas ações por suspeita de enriquecimento ilícito, fraude em licitação e danos ao erário.
A viagem dos cinco integrantes do governo aconteceu em 30 de outubro de 2009, cerca de dois meses após a Secretaria de Saúde (que na época incluía também a pasta da Defesa Civil) contratar a Toesa, por R$ 4,9 milhões, para fazer manutenção e reparo de 111 carros usados no combate à dengue. O contrato, segundo denúncia do MP estadual e do Tribunal de Contas, foi superfaturado e causou um prejuízo estimado em mais de R$ 1,4 milhão. Após o escândalo, a secretaria cancelou o serviço e instaurou sindicância.
Leia mais aqui: http://sospedrosegundo.blogspot.com/2011/07/quando-toesa-sera-fechada-e-seus.html
Toesa já perdeu o contrato com o Estado por corrupção
Secretaria de Saúde do RJ suspende empresa denunciada por fraudes
Toesa Service foi contratada para cuidar de frota de veículos contra dengue. Empresa afirma que vai recorrer da decisão
A Secretaria estadual de Saúde do Rio suspendeu por dois anos uma empresa acusada de fraudar uma licitação e lesar cofres públicos num contrato de quase R$ 5 milhões. Segundo investigações do Ministério Público, a Toesa Service contou com a ajuda de três funcionários da própria secretaria.
A empresa não quis se posicionar sobre a decisão, mas informou que vai recorrer.
A investigação foi aberta pelo Ministério Público em abril de 2010, depois de uma reportagem no RJTV. A Secretaria estadual de Saúde tinha contratado, após uma licitação irregular, a Toesa Service para fazer a manutenção de veículos de combate à dengue, com preços superfaturados.
A empresa vencedora receberia por ano quase R$ 5 milhões para cuidar de 111 veículos. Dinheiro que daria para comprar uma frota nova.
No fim de 2010, o MP denunciou por suspeita de fraude sete pessoas, representantes da Toesa e funcionários da secretaria. A secretaria também mandou abrir uma sindicância para apurar as denúncias.
O ex-subsecretário executivo, César Romero Vianna Júnior, foi exonerado. Os promotores pediram a condenação da Toesa e propuseram uma ação civil pública contra a empresa.
“O que a investigação revelou é que desde o edital até a contratação final houve uma série de atos irregulares, uma série de vícios, que direcionavam aquela disputa para a empresa Toesa”, afirmou o promotor Reginaldo Lomba, em dezembro de 2010.
Na última sexta-feira, o Diário Oficial do estado publicou uma decisão da secretaria: a Toesa está proibida de participar de licitações e de assinar contratos com a secretaria por dois anos. A empresa recebeu também uma multa de R$ 240 mil, equivalente a 5% do valor do contrato. A Secretaria de Saúde explicou que a proibição é de dois anos porque este é o prazo máximo previsto na Lei das Licitações.
Além desta decisão, ainda correm dois processos na Justiça. A ação civil pública, em que os envolvidos respondem por improbidade administrativa, e uma ação criminal, por fraude em licitação. Não há data prevista para os julgamentos. Segundo a secretaria, os três servidores mencionados não fazem mais parte do quadro de funcionários.
Família vítima de acidente do bondinho denuncia cobrança de propina em hospital:
Para a família do aposentado Alcides de Abreu Gonçalves, de 73 anos, o acidente do bonde em Santa Teresa, no último sábado, foi só o início de um tormento. Depois do trauma e dos ferimentos, Eduardo, filho de Gonçalves, precisou pagar 150 reais ao motorista de uma ambulância para conseguir transferir o paciente. Eduardo, agora, tenta fazer com que o pai seja incluído entre as vítimas. Gonçalves, morador da Tijuca, na zona norte, tinha ido com outro filho, Renato, para um passeio em Santa Teresa. Com eles estavam a namorada de Renato, Patrícia, e os pais da jovem, que moram em Minas Gerais. Depois de saber do acidente com a composição, os parentes tentaram diversos contatos por telefone. Depois de muitas tentativas, foi o pai da moça quem atendeu, e informou que todos estavam na emergência do Hospital Souza Aguiar. Dos cinco integrantes do grupo, Gonçalves era o que tinha os ferimentos mais graves: suspeita de traumatismo craniano, com confusão mental, escoriações e fraturas em um dos braços e uma das mãos.
Era preciso transferi-lo para outra unidade, pois naquele momento o tomógrafo do Souza Aguiar não funcionava. Apesar da recomendação do próprio hospital para que Gonçalves fosse levado para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, os motoristas das ambulâncias se recusavam a fazer o trajeto. O motivo: por contrato, só podem fazer 20 viagens por dia, e aquela seria a 23ª.
Orientado por um funcionário, Eduardo soube que poderia “dar um jeitinho”. Ele deveria pagar 150 reais a um motorista de uma ambulância de outro hospital público – segundo ele, do Hospital Dom Pedro II, municipalizado e atualmente fechado para reforma.
Eduardo, a partir desse momento, passou a agir por conta própria. “Entrei no hospital, peguei a maca com meu pai e saí pela porta principal. Ninguém me impediu, nenhum funcionário, nenhum segurança. O motorista passou a 160 quilômetros por hora pela Avenida Presidente Vargas e rapidamente chegamos ao Hospital Badim, na Tijuca”, conta ele. O Badim é uma unidade privada.
A Secretaria Municipal de Saúde nega que o tomógrafo do Hospital Municipal Souza Aguiar esteja quebrado. Por nota, a secretaria informou que o tomógrafo apresentou problemas na tarde de sábado, após realizar 27 exames naquele dia. "A equipe de manutenção da empresa Philips já foi acionada para fazer o reparo do equipamento. Apesar disso, nenhum paciente do Souza Aguiar que precisou ficou sem realizar o exame. O equipamento voltou a funcionar na segunda-feira, dia 29", diz a nota.
Sobre a recusa para transferência do paciente, a secretaria informou que "o contrato com a Toesa não limita o número de remoções diárias. A empresa está à disposição da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil para atender às suas demandas. A SMSDC desconhece qualquer ambulância do Hospital Pedro II no atendimento às vitimas do acidente". O caso do paciente Gonçalves, segundo a secretaria, está sendo investigado internamente.Ah ta!
Durante o encontro desta quarta, a OAB prometeu intervir no caso. “Vamos nos reunir com as vítimas, Defensoria Pública, Ministério Público, secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos para, unidos, tentar evitar que o governo continue tão omisso no cuidado com a sua população”, afirmou Margarida.






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