Grande Passeata em defesa dos Bombeiros, Professores e da Democracia!
Postado por
Samuel Braun
às
18:54
|
Estou devendo esta postagem desde domingo passado.
Neste dia participei de uma das manifestações mais emocionantes da minha vida, junto dos bombeiros, dos professores (que estão em greve e ninguém fala) e dos policiais militares que tiveram coragem de se manifestar.


Ao contrário do que disse o Globo e suas subsidiárias, a passeata teve muito mais de 27 mil pessoas. O R7 falou em 400 mil, não sei se era isso, mas mais de 100 mil com certeza tinha. Independente disto, é o maior movimento espontâneo e político realizado no Rio em décadas, juntando famílias com pais, mães, filhos, avós... e até cachorros!

Pessoas deficientes, em cadeiras de rodas, bebêzinhos, deputados, policiais, professores, bancários... enfim, toda a sociedade carioca e fluminense deu seu recado em bom tom para o sr. governador Sérgio cabral: Não mecha com nossos heróis, o povo não é burro e está vendo o que está acontecendo!
dado momento o primeiro carro de som anunciou a possibilidade da imprensa subir e fotografar, filmar, etc. Tentei subir com minha FujiFilm 1800, mas percebi que estavam todos se socando e empurrando e empunhando craxás da Globo, Record, RedeTV, JB, O Dia, Folha e até CNN e decidi dar mais uma volta na passeata e tirar algumas fotos.

Mas como bom brasileiro e bem do jeito que eu sou, não desisti e tentei entrar nos dois carros de trás. Como não consegui, pois ali não se podia subir, voltei ao primeiro, que já estava mais vazio de imprensa, e tentei a sorte. Me apresentei como fotógrafo para o sindicato dos Bancários/CUT e fui efusivamente recebido.

Tirei muitas fotos, fiquei lá por uns 15 minutos até que percebi que estavam trocando a leva de repórteres no alto do carro, e decidi me misturar aos bombeiros. Fiquei do lado deles, gritei, gesticulei, tirei fotos com eles até que... dado momento, um bombeiro discursava inflamado enquanto os outros se distanciaram pra acenar, e ele procurando alguem pra abraçar ao falar da união ali presente, me puxou. Me considerou estudante, que de fato sou, e após dar mais algumas palavras de ordem, me passou o microfone. Me vi naquele momento na frente de pelo menos umas 50 mil pessoas que estavam olhando para este carro de som e emendei um breve discurso, já no último tom desde o princípio.
Falei como estudante, mas como cidadão, que não aguenta mais ver voltar exatamente pelo Rio de Janeiro, caixa de ressonância da política nacional, as práticas da ditadura, dessa vez não pelo uso das forças armadas, mas da mídia e da manipulação de informações!
Lembrei de como era possível que em pleno estado de direito democrático, uma autoridade, governador do Rio, chamasse médicos de vagabundos, professores de preguiçosos, mães pobres de fábricas de marginais e os jovens de otários sem que alguma instituição pedisse ao menos sua renúncia, quando não sua prisão! falei que os bombeiros eram exemplo, pois em que pese estarem sob regime militar e hierárquico, que lhes tira muitos direitos democráticos, foram os únicos que conseguiram botar na rua esta multidão, que não aceita que seus heróis sejam chamados de vândalos!

Clamei pra terminar que as pessoas olhassem ao redor e procurassem os deputados que votaram, pra ver se estavam ali, pra ver se a Globo estava sobrevoando com helicóptero e dezenas de carros de filmagem, como faz por qualquer bobagem. Clamei que a partir daquele dia pusessem em dúvida qualquer notícia que uma imprensa, que recebe 200 milhões de reais de dinheiro público para se calar anualmente, publica. e pra encerrar, mesmo que não fosse do desejo dos bombeiros perguntei: " Se os médicos são vagabundos, os professores preguiçosos, os bombeiros vãndalos e nós jovens otários, o que é o governador?..." E uma diretora do SEPE, do PSTU provavelmente, puxou o côro de "Filho da p...".


Terminou assim minha rápida participação.
Aí fui ficando, ficando no carro de som até ver que não tinha nenhum movimento novo em volta daquele carro pra fotografar, e decidi descer e rodar o resto da passeata, que a essa altura já chegara a Ipanema sem ter terminado em Copa ainda.

Tudo isso meu amigos, prova que ainda há esperança para nós, militantes do dia-a-dia, que o povo não foi totalmente lobotomizado pela mídia. Apesar de o Fantástico não ter exibido quase nada, só uma chamadinha de 2 minutos, e ter tentado diminuir pra 5% o tamanho real da passeata, o povo que esteve ali não tem dúvida do que viu e de porque estava ali.
Agora, e não esmorecer na luta pela Anistia pela PEC 300, e eu ainda acho que os PMs entrarão nessa luta!
Abraços
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