Violência no Rio: população fica temerosa, mas não se mobiliza


Laura Machado | Rio+ | 24/11/2010 16h08



Há muitos anos a população do Rio de Janeiro tem que conviver com a beleza e o caos da violência do tráfico de drogas. Toroteios, arrastões, assaltos, facções criminosos. Esses e outros acontecimentos já se tornaram "normais" no dia-a-dia dos cidadãos. O histórico de violência constante fez com que as pessoas se acostumassem e se tornassem passivas diante dos crimes, acostumando-se a viver com eles. Essa é a análise feita pelo psicólogo ouvido pelo SRZD, Mauro Paiva.
O psicólogo acredita que a população de todo o estado anda muito passiva e não protesta contra a situação caótica na segurança, e em que em nenhum outro país "onde as pessoas são um pouco mais politizadas, essa situação seria tolerada, a não ser em tempos de guerra, e, mesmo assim, o que nos mostra a história é o engajamento da populção formulando modos de resistência, o que não vemos por aqui, infelizmente".

Consequências psicológicas
Mauro Paiva acredita que a atual situação na cidade pode provocar alta ansiedade, síndrome do pânico e medo patológico, tudo isso porque "pessoas que têm uma maior fragilidade emocional e psíquica pode ter um "starter" para estes casos, que se ativa a partir do estado de alerta mais intensificado que as pessoas ficam".
Em muitos casos a situação só amenizada com um tratamento, nos casos mais graves dos sintomas. "Nos casos limítrofes, somente com intervenção psicoterápica e em alguns casos, associar a psicoterapia com atendimento psiquiátrico pode ser uma opção mais indicada, para que a medicação ajude a pessoa a debelar a sintomatologia mais presente", acrescentou o psicólogo.
Como escapar desses traumas
O psicólogo também deu caminhos para que a pessoa relaxe mesmo diante de tanta violência ao redor. "Tem que haver um momento aonde a pessoa possa se desligar de todos estes estresses por algum tempo. Por algo em torno de 20 minutos, em que a pessoa possa relaxar,fechar os olhos, respirar profundamente num lugar confortável, tentando esvaziar o pensamento.... Isso pode fazer a diferença entre viver com alguma qualidade, mesmo em meio ao caos, e simplesmente sobreviver se tensionando cada vez mais, dia após dia", acrescentou Paiva.

http://www.sidneyrezende.com/noticia/110542+violencia+no+rio+populacao+fica+temerosa+mas+nao+se+mobiliza

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