Delegado confirma, mas Beltrame nega a existência de caminhão com explosivos para ataques no Rio


TERRORISMO!

Delegado confirma, mas Beltrame nega a existência de caminhão com explosivos para ataques no Rio.

RIO - O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, negou na noite de terça-feira a existência de um caminhão com cerca de 600 quilos de dinamite que seriam usados em atentados contra monumentos e autoridades do Rio. Mais cedo, cinco diferentes fontes das polícias Civil, Militar e Federal informaram a repórteres do GLOBO que policiais estariam procurando no Rio o caminhão, que teria sido roubado em ataques de bandidos fortemente armados na madrugada do último dia 10, em cidades de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Este teria sido o motivo do pedido do governador Sergio Cabral, ao Ministério da Justiça, de reforço no policiamento das estradas federais do estado.
Segundo o secretário, no entanto, se policiais deram esse tipo de informação, prestaram "um desserviço" ao Rio, assustando a população carioca. Beltrame conversou com os secretários de Segurança do Rio Grande do Sul e de São Paulo, que teriam lhe garantido que não há notícias de roubo de caminhão com dinamite. Segundo ele, o único registro de ocorrência feito pela polícia do Rio Grande do Sul mais recentemente foi o roubo de um tipo de gel utilizado para explodir pedreiras, mas que, de acordo com as investigações, é usado em assaltos a bancos do interior do estado.
- Não se trata de TNT. Além disso, não há histórico de uso desse gel aqui no Rio. Os bandidos daqui costumam usar pólvora. Não há caminhão nenhum vindo para o Rio. Se algum policial informou isso, prestou um desserviço à população - afirmou Beltrame.
O delegado Juliano Ferreira, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado do Rio Grande do Sul, confirmou ao GLOBO, no entanto, que cerca de cinco homens armados com fuzis e mascarados invadiram uma empresa em Gravataí, na Grande Porto Alegre, roubando cerca de 300 quilos de explosivos (dinamites de TNT) e detonadores. O circuito interno da empresa flagrou toda a ação, segundo o delegado.
- É muito explosivo para ser usado em roubos de caixa eletrônico, como chegaram a sugerir. Só pode ser para outras ações, como atentados - disse Juliano.
Na mesma madrugada, em São Paulo, seis homens armados com pistolas teriam rendido vigias de uma pedreira em Jundiaí, a 65km da capital paulista. Depois de uma hora, teriam fugido levando 300 quilos de dinamite e mais de mil metros de pavio e detonadores. Os funcionários teriam sido ameaçados, agredidos e obrigados a carregar os explosivos para o lado de fora da pedreira. Depois de amarrar os vigias, os ladrões teriam colocado os explosivos em vários carros e fugido.
Adaptado do texto de Vera Araújo.
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/11/23/beltrame-nega-existencia-de-caminhao-com-explosivos-para-ataques-no-rio-923093689.asp

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Cabral: criminosos estão tentando inibir as ações pacificadoras do Estado
Rio - O governador Sérgio Cabral afirmou, nesta quarta-feira, que os marginais estão tentando 'inibir' as ações do Governo do Estado no sentido de trazer paz à cidade. Cabral afirmou que a população e as autoridades estão enfrentando uma reação desesperada por parte dos criminosos, mas que as metas da Secretaria de Segurança Pública serão cumpridas.
"Esta lógica (entrada de armas pesadas no Rio) está sendo vencida, está sendo quebrada. Eles (bandidos) sabem que estamos atacando a espinha dorsal e eles estão tentando inibir as nossas ações. Mas não vão conseguir, pois estamos enfrentando uma reação desesperada. Temos o plano de que até 2014 todas as comunidades serão pacificadas. Se a gente não ganhar esta luta, nada mais funcionará", disse Cabral em entrevista à Rádio CBN.

Cabral admitiu mais uma vez que as ações dos marginais são em decorrência da instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em comunidades consideradas como estratégicas para o comércio de entorpecentes. Além disso, a transferência de presos considerados como de alta periculosidade para presídios federais vêm desarticulando as ações criminosas.
Na madrugada desta quarta-feira, bandidos metralharam uma cabine da PM em Duque de Caxias | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
"Durante todo o tempo agimos para conter estas ações (ataques de bandidos). Sabíamos que quando as UPPs fossem instaladas estas situações poderiam acontecer. Mas vamos continuar a enviar presos de alta periculosidade para presídios federais. E assim que vamos continuar a proceder", afirmou.
Governador pede calma à população
Cabral admitiu que a situação preocupa, mas pediu calma à população. O governador afirmou ainda que a Polícia Civil, as Forças Armadas e a Polícia Federal estão trabalhando em conjunto para que os criminosos sejam presos e a onda de ataques pare na cidade. Além disso, um gabinete de crise, chefiado pelo secretário José Mariano Beltrame, já está em funcionamento.
"Nós, desde o primeiro dia, enfrentamos estes marginais para que a população seja libertada das garras dos traficantes. Peço calma para a população, pois esta reação deles (bandidos) é em decorrência da perda de território. Nosso trabalho é permanente. Não tem paz falsa", afirmou.
A demanda por drogas no estado faz com que Cabral seja realista quanto o fim da violência. "Não temos a ilusão, infelizmente, de que o consumo de drogas vá diminuir. Existe uma demanda por cocaína, maconha e crack não só no Rio, mas em várias partes do mundo".
Por fim, Cabral afirmou que tem feito de tudo para recuperar a carreira dos policiais militares, mas que tudo precisa ser enquadrado no orçamento do Governo. Demos reajustes aos policiais militares em todos os anos no meu primeiro mandado. Vamos continuar a recuperar a carreira do PM. Só precisamos adequar ao orçamento", completou.

Ataques começaram no domingo ao meio-dia
A onda de ataques violentos no Rio e Grande Rio começou no último domingo, por volta do meio-dia, na Linha Vermelha, quando seis bandidos armados com cinco fuzis e uma granada fecharam a pista sentido Centro, altura de Vigário Geral. Os criminosos, em dois carros, levaram pertences de passageiros e queimaram dois veículos, após expulsarem os ocupantes. Para o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, as ações criminosas são uma reação contra a política de ocupação de territórios do tráfico, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a transferências de bandidos para presídios federais em outros estados.
Na manhã desta segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à Avenida Brasil, em Irajá, também na Zona Norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos - uma van de passageiros que fazia o trajeto de Belford Roxo para o Centro -, além de um Monza e um Uno. Também na segunda pela manhã, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que haviam incendiado os três carros no Trevo das Margaridas. À noite, criminosos incendiaram dois carros na Rodovia Presidente Dutra, sentido Capital, na altura da Pavuna. Foi o quinto ataque a motoristas em menos de 48 horas. Na Zona Norte, uma cabine da Polícia Militar (PM) foi metralhada próximo ao shopping Nova América, em Del Castilho.
No dia seguinte, as polícias Militar e Civil se uniram para reforçar o patrulhamento pelas ruas do Rio. O efetivo foi redobrado para controlar os ataques dos bandidos. A operação se chamou 'Fecha Quartel'. Mais de 20 favelas foram invadidas. Armas e drogas foram apreendidas. Bandidos foram presos e alguns mortos em confronto com agentes.

Novos ataques nesta quarta-feira: ônibus, van e carros são incendiados na Zona Norte do Rio, Baixada Fluminense e Niterói. Sérgio Cabral, governador do Rio, desafia os bandidos: 'Não há paz falsa. Não negociamos'.

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