A ELEIÇÃO!
Olá a todos.
Estou escrevendo este artigo, e enviando por e-mail e postando em meu blog pessoal, no intuito de informar aos meus amigos o meu posicionamento às vésperas da eleição para prefeito do Rio.
Esta eleição será marcante. É o fim de um período histórico-político na cidade do Rio de Janeiro, comandada por 16 anos por César Maia, político criado sob a batuta de Leonel Brizola, e que se subvertendo a este, postou-se como um ícone político no Rio, com projeção nacional.
César Maia dirigiu esta cidade de duas formas diferentes. Iniciou sua “era” como o político do novo, da agilidade, da boa administração e a encerrou como um político de acordões, bairrismos, utilização inescrupulosa de centros sociais bancados pela prefeitura e distanciamento profundo da realidade da cidade.
Não dá, aqui, para precisar quando se marcou claramente esta mudança. Foi um fluxo lento e detectável.
Mas, o que interessa, é que esta era está acabada. Amanhã, será inaugurada uma nova fase política.
De um lado, Eduardo Paes, apoiado pela máquina do Governo do Estado, pela máquina Federal, por mais de 10 partidos antagônicos entre si, e do outro lado, Fernando Gabeira, militante histórico da esquerda, apoiado por dois partidos conservadores e abandonado pelos partidos ditos esquerdistas.
Eduardo Paes ouviu, no primeiro turno, impropérios tais como mauricinho, almofadinha, César Maia Jr., Laranja podre, Dudu das milícias, Dudu da Máfia, candidato biônico, marionete, etc.
E para o espanto geral, os autores destas acusações, cite-se Jandira, Crivella, Paulo Ramos, Mollon, etc, hoje, apóiam o Eduardo Paes, pedem votos pra ele.
O PT chegou ao absurdo de gastar em um só panfleto (apócrifo, diga-se passagem) de apoio ao Paes, mais que gastou com a campanha de seu próprio candidato.
Jandira, que rasgou criticas ao PMDB, á política de segurança do Governo do Estado, logo pulou para o apoio de Paes, chegando ao cúmulo de dizer que ele é que representa a esquerda.
Fora Vladimir Palmeira e Benedita, que disseram que Paes é a ressurreição da esquerda. Estas pessoas perderam o senso de ridículo, só pode!
Mais coerentes foram Paulo ramos e Mollon, que se furtaram de apoiá-lo, de se manifestar, mas foram covardes em depois de tudo que disseram no primeiro turno, se tornarem omissos neste apoio ridículo de puro oportunismo fisiológico.
E o PSB? E meu partido? Por que será que foi este o primeiro a desesperadamente correr aos braços de Eduardo Paes? Numa decisão “ampla e democrática, buscando ouvir os desejos da militância” o PSB procurou se entregar totalmente ao candidato do Cabral, quase como um pedido de perdão de um nanico que insulta um gigante, para remediar o não apoio no primeiro turno. Quanto vale esta secretaria de Ciência e Tecnologia, hein?
Mais interessante ainda é analisar o apoio das juventudes, a UJS, a JSB e as do PT. Nos congressos recentes estudantis, só se ouvia críticas ao governo fascista, criminoso, perseguidor dos movimentos sociais do Cabral. Ser do MR8 por exemplo era triste, pois tinha que aturar os desaforos e as provocações acusando o PMDB de ser o que há de mais podre no mundo político.
E sabe da maior? Pergunte a cada um nestas juventudes hoje se eles mudaram de opinião. Sinceramente, te responderão que não. Mas...
Como podem estes jovens de quase 30, que dizem querer mudar o mundo, transformar o país, implantar o socialismo e derrubar o fascista neoliberal do Cabral, agora vestirem camisas dizendo “Agora é 15”? É assim que mudaremos a política? Fazendo pior?
Aliás, durante esta campanha, o que não faltou foi baixaria e política barata. Carros de som, panfletos apócrifos, faixas fantasmas, tudo com mensagens de ataque pessoal, moral contra o adversário. Agressões físicas, ameaças de morte, coações na porta das UPAs... enfim, toda sorte de baixeza moral e cívica.
Uma campanha inteira voltada para pixar o nome do algoz, de incitar um segmento da cidade contra outro. O uso de instrumentos públicos, como a secretaria de segurança, a de saúde e etc para apoiar o candidato do governo...
Eu sinto vergonha desta campanha, mesmo sendo radicalmente contra ela, só pelo fato de meu partido ser tão pequeno a ponto de se sujeitar a isso, e o que é pior, por nada. Afinal, não creio que haja alguém tão tolo no PSB que acredite que este apoio esteja ajudando em algo e que venha a resultar em benefícios no futuro. Dos mais de 10 partidos de apoio, estamos certamente no grupo da segunda dezena na prioridade.
E pensando em 2010 então, é de uma visão tão estreita e infantil que me espanta. Estamos com a intensão de lançar um projeto político próprio, e simplesmente, alimentamos o maior partido fisiologista, aquele que certamente será nosso principal adversário na construção de um arco de alianças para a eleição presidencial. Não marcamos posição, não consolidamos o bloquinho e aumentamos deliberadamente o tamanho e a força de nosso adversário direto. Parabéns!!
Bem, mas e o Gabeira?
Será ele o salvador do Rio mesmo, que irá inspirar nos cidadãos o voluntariado, o amor pró-ativo pela cidade, uma mudança de postura da passividade para a atividade política, ou será apenas uma onda apolítica, que se aproveita de uma decepção coletiva para surfar nos desejos imediatos do povo?
Eu não posso adivinhar.
Mas posso dizer o que quero e o que espero.
Primeiro, não quero um herói. “Ai da nação que precisa de heróis...”. Não acredito também que seu secretariado não tenha um direcionamento político.
Mas espero que esta tenha sido uma campanha que mude as práticas eleitorais. Certamente, daqui para frente, este tipo de participação popular e social, esta busca de identidade e de pró-ação voluntária, que integre mesmo o cidadão ao seu direito de participar do processo democrático, será adicionada a cartilha liberal e burguesa, como um contra-ponto.
Gabeira tem ótimas propostas, tem preparo e bagagem política e histórica. Não é um burguesinho conservador, mimado e traidor, que hora está aqui, hora ali. Não darei meu voto para alguém que em todas as vezes que pôde, traiu aqueles que lhe deram um ‘voto’ de confiança.
O PSDB vem junto? Vem, e daí? Eu prefiro mil vezes o PSDB aqui no Rio, que o PMDB. O DEM vem junto? Não sei. Pelo que sabemos, os vereadores eleitos pelo DEM estão apoiando o Paes. Aliás, o Paes não é o César Maia Junior?
Bem amigos, é isso, já me alonguei muito. Espero que tenham compreendido, e que pensem bem no voto que darão amanhã.
O voto é pessoal seu, e pode sim mudar muita coisa.
Se você quer acabar com esses monopólios, com essa política de distancia e de acordões, de desrespeito ao cidadão, de humilhação dos professores e dos médicos, perpetrada tanto por Cabral quanto pelo Maia, procure no discurso dos dois candidatos, aquele que mostra ter mais repulsa a este tipo de política. E vote.
Lembre-se, o seu voto não é propriedade do partido, e um aperto de mão numa foto e um apoio num panfleto não significam mudança. A mudança só é perceptível, quando abstraímos os interesses menores, e buscamos o todo conceitual.
Abraços.
Samuel Braun
GABEIRA 43!!!
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